'Claro que tem um teto porque, agora, a gente está no limite de equipamento', afirmou a secretária municipal da Saúde, Márcia Huçulak.
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Na segunda-feira (20), a taxa de ocupação era de 90% dos leitos de UTI para tratamento da Covid-19 em Curitiba ©Pedro Ribas/Prefeitura de Curitiba |
A taxa de ocupação de leitos do Sistema �?nico de Saúde (SUS), em Curitiba, para o tratamento da Covid-19 se mantém acima de 90% nos últimos dias.
Alguns hospitais estão com as Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para o novo coronavírus lotadas �?? como o Hospital das Clínicas (HC) e o Erasto Gaertner.
Essa situação preocupa as autoridades de Saúde.
Curitiba nunca esteve tão perto da saturação dos leitos de UTI exclusivos para a Covid-19. Desde o início da pandemia, em março, as autoridades de Saúde adotaram como estratégia ampliar o número de leitos à medida que a quantidade de casos fosse crescendo na capital.
Em julho, o contágio aumentou, e as dificuldades na estrutura de Saúde também foram surgindo. Dos 335 leitos de UTIs SUS exclusivos para pacientes com Covid-19, 33 estão livres: 25 para adultos e oito para crianças.
Na segunda-feira (20), a taxa de ocupação era de 90%.
"Claro que tem um teto porque, agora, a gente está no limite de equipamento, tudo o que a gente podia ter de equipamento, e a gente não tem mais porque não tem mais disponível. Não é uma questão financeira. Todos os recursos estão disponíveis para nós, eu não tenho nenhuma dificuldade financeira, mas é operacional. As empresas não conseguem entregar", afirmou a secretária municipal da Saúde, Márcia Huçulak.
Média móvel
No dia 1º de julho, a média móvel de casos confirmados na cidade era de 250. Disparou, e na segunda-feira era quase o dobro: 499.
"Até dia 4 de agosto é nossa estimativa é, a partir daí, talvez comece uma queda em Curitiba�?? a depender também da ajuda da população a gente romper essa cadeia de transmissão", disse a secretária.
Taxa geral de ocupação
A taxa geral de ocupação de UTIs SUS Covid no Paraná é de 67,5%, de acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).
A taxa de ocupação por região é a seguinte:
- Noroeste �?? 67% ocupados
"A doença, se continuar nessa progressão, se continuar com essa incidência, nós não vamos continuar conseguindo abrir novos leitos na mesma velocidade, na mesma intensidade. A gente praticamente está chegando ao esgotamento da nossa capacidade de trabalho", afirmou o presidente da Sociedade de Terapia Intensiva no Paraná, Rafael Deucher.
O secretário estadual da Saúde, Beto Preto, reforçou o alerta: "�? importante frisar que aumento de número de leitos não pode servir como álibi para flexibilização nenhuma. A oferta de leitos, de especialistas, recursos humanos e de medicamentos está chegando ao limite. Então, não adianta a gente falar que vai continuar simplesmente abrindo leitos porque, daqui a pouco, nós não vamos ter médicos e enfermeiros para tocar esses leitos".
Por Marcelo Rocha, RPC Curitiba
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