Política / Justiça
Governo Trump intensifica críticas a Moraes: 'Togas não servem de proteção'
Aliados de Bolsonaro pressionam por novas sanções; democratas classificam medida como absurda e ataque à democracia brasileira
01/08/2025
09:30
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O governo dos Estados Unidos voltou a criticar nesta quinta-feira (31) o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após incluí-lo na lista de sanções da Lei Global Magnitsky. Em coletiva, o porta-voz adjunto do Departamento de Estado, Thomas Pigott, chamou Moraes de “juiz ativista” e afirmou que a punição serve como “aviso”.
“Togas judiciais não podem protegê-los”, disse Pigott, reforçando a tese do governo Donald Trump de que Moraes teria cometido abusos de direitos humanos.
O governo americano não descartou aplicar medidas semelhantes a outros ministros do STF, como Luís Roberto Barroso e Gilmar Mendes.
Segundo aliados de Jair Bolsonaro, como o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), há pressão para que o Ofac (Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros) amplie as punições.
Apesar disso, Eduardo afirmou ter pedido pessoalmente para que os nomes de Barroso e Gilmar não fossem incluídos “por ora”.
O ex-apresentador da Jovem Pan, Paulo Figueiredo, provocou Gilmar Mendes nas redes sociais após o ministro defender Moraes.
“Obrigado, facilita a vida para sancioná-lo quando há uma declaração tão explícita de apoio — prevista na própria Lei Magnitsky”, escreveu Figueiredo, em postagem replicada por Eduardo Bolsonaro.
De acordo com o Departamento de Estado, Moraes:
teria abusado da autoridade “ao silenciar críticos políticos” mediante ordens judiciais secretas;
determinou que plataformas digitais banissem contas de opositores, inclusive em empresas americanas;
e ainda teria autorizado “detenções injustas” antes de julgamentos.
A Casa Branca justifica a sanção como resposta a “abusos de direitos humanos” cometidos no Brasil.
As senadoras Elizabeth Warren (Massachusetts) e Jeanne Shaheen (New Hampshire) classificaram a decisão como um abuso da Lei Magnitsky e uma afronta à democracia brasileira.
“É um absurdo sancionar um ministro em exercício do STF com um instrumento criado para punir graves violações de direitos humanos no mundo”, afirmaram em nota.
“Isso não é apenas abuso de uma ferramenta essencial da política externa americana, mas um ataque direto a um magistrado que conduz o julgamento de um ex-presidente acusado de tentar um golpe contra uma eleição democrática.”
As democratas também lembraram que as medidas de Trump contra o Brasil — como o tarifaço de 50% sobre exportações — têm efeitos diretos na economia americana, encarecendo produtos como café e feijão.
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