Política Internacional
Lula conversa com Donald Trump por videoconferência e pede fim do tarifaço sobre produtos brasileiros
Presidente brasileiro reforça convite para COP30 e busca reaproximação diplomática em meio à sobretaxa de 50% imposta pelos EUA
06/10/2025
10:45
DA REDAÇÃO
©REPRODUÇÃO
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conversou na manhã desta segunda-feira (6 de outubro) por videoconferência com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em um diálogo de cerca de 30 minutos realizado a partir do Palácio da Alvorada, em Brasília.
A conversa ocorreu em um clima amistoso, segundo nota oficial do Planalto, e contou com a presença do vice-presidente Geraldo Alckmin, dos ministros Fernando Haddad (Fazenda), Mauro Vieira (Relações Exteriores), Sidônio Palmeira (Secom) e do assessor especial Celso Amorim.
Durante o encontro virtual, Lula reiterou convite para que Trump participe da COP30, que será realizada em Belém (PA), em novembro de 2025.
O brasileiro também solicitou formalmente a revogação do tarifaço de 50% imposto aos produtos brasileiros exportados aos EUA desde agosto.
“O presidente Lula descreveu o contato como uma oportunidade para a restauração das relações amigáveis de 201 anos entre as duas maiores democracias do Ocidente”, diz o comunicado da Presidência.
Lula destacou que o Brasil é um dos três países do G20 com os quais os Estados Unidos mantêm superávit na balança comercial, e defendeu o fim das restrições aplicadas contra autoridades brasileiras após a crise diplomática desencadeada pela prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A videoconferência ocorre um mês após o breve encontro entre os dois presidentes durante a Assembleia Geral da ONU, em Nova York, quando Trump e Lula tiveram o primeiro contato pessoal desde a eleição do republicano em 2024.
Na ocasião, Trump declarou ter sentido uma “boa química” com Lula, e ambos concordaram em manter uma comunicação direta.
Após o diálogo desta segunda-feira, os dois trocaram telefones pessoais e combinaram de se encontrar presencialmente em breve — possibilidade que inclui a Cúpula da ASEAN, na Malásia, ou um novo encontro nos Estados Unidos.
Segundo a nota do governo, Trump designou o secretário de Estado Marco Rubio para conduzir as negociações bilaterais com Alckmin, Haddad e Vieira, dando sequência à aproximação diplomática.
O tarifaço imposto por Trump atinge cerca de 36% das exportações brasileiras, com sobretaxas que chegaram a 50% em agosto.
O governo norte-americano justificou as medidas alegando “desequilíbrios comerciais” e questões políticas ligadas à condenação de Jair Bolsonaro pelo STF, acusado de tentativa de golpe de Estado.
O Palácio do Planalto, porém, classificou o déficit citado por Trump como inexistente e denunciou a política como retaliação política travestida de proteção econômica.
Lula, em diversos discursos internacionais, tem defendido que a soberania nacional e a independência do Judiciário não são temas passíveis de negociação, mas mantém a abertura ao diálogo comercial com Washington.
Fontes do Itamaraty afirmam que o governo brasileiro atua com prudência e sigilo diplomático para evitar tensões com a Casa Branca.
A relação entre Lula e Trump é considerada delicada, já que o líder americano é conhecido por mudanças abruptas de posição e por pressões internas de grupos contrários à aproximação com o Brasil.
Apesar disso, auxiliares de Lula consideram a conversa positiva e construtiva, apontando que o canal direto entre os dois líderes abre espaço para novas negociações comerciais e cooperação em áreas estratégicas, como energia limpa, regulação de big techs e exploração de terras raras.
“O presidente Lula solicitou a retirada da sobretaxa de 40% imposta a produtos nacionais e das medidas restritivas aplicadas contra autoridades brasileiras.
O presidente Trump designou o secretário de Estado Marco Rubio para dar sequência às negociações.
Ambos os líderes acordaram encontrar-se pessoalmente em breve, e Lula reiterou convite a Trump para participar da COP30, em Belém do Pará”, diz trecho da nota divulgada pelo Planalto.
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