Política
Mesmo com quatro ministérios no governo Lula, União Brasil e PP apoiam protesto pró-Bolsonaro no Congresso
Federação orienta obstrução nas votações em apoio à oposição que ocupa plenários contra prisão do ex-presidente
06/08/2025
17:25
DA REDAÇÃO
Parlamentares da oposição seguem nos plenários da Câmara e Senado — Foto: Reprodução
Mesmo ocupando quatro ministérios no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), os partidos União Brasil e PP, reunidos na Federação União Progressista, declararam apoio ao protesto da oposição no Congresso Nacional contra a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro (PL), decretada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.
Nesta quarta-feira (6), a federação divulgou uma nota oficial orientando seus parlamentares a não registrarem presença nas sessões deliberativas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, caso fossem convocadas. A medida visa obstruir os trabalhos legislativos e reforçar a mobilização dos parlamentares bolsonaristas, que desde terça (5) ocupam as mesas diretoras de ambas as casas legislativas.
"Diante do legítimo movimento de obstrução feito pela oposição, a Federação União Progressista orientou a bancada a não registrar presença em plenário no dia de hoje nas duas casas", diz o comunicado assinado por Ciro Nogueira (PP-PI) e Antonio Rueda (União-PE).
A União Progressista abriga dois líderes com fortes vínculos com a oposição:
Ciro Nogueira, ex-ministro da Casa Civil de Bolsonaro.
Antonio Rueda, presidente do União Brasil e crítico declarado do governo Lula.
Apesar disso, Lula concedeu quatro ministérios às siglas:
Comunicações
Esporte
Turismo
Desenvolvimento Regional
A decisão de obstruir as votações tensiona ainda mais a relação entre o Planalto e partidos que fazem parte da base, mas mantêm posições ambíguas em temas ligados ao ex-presidente.
Sem presença mínima de 257 deputados em plenário, nenhuma sessão deliberativa pode ser iniciada. Essa estratégia é usada como instrumento político de pressão, dificultando o andamento de votações e debates importantes. O protesto nas mesas diretoras do Senado e da Câmara é liderado por parlamentares do PL, Novo e outras siglas de oposição.
Apesar do gesto de apoio à oposição, a federação afirmou desejar que o país “vire essa página” e retome o foco em questões sociais e econômicas.
“Continuamos defendendo o diálogo como único caminho possível para encontrarmos soluções que devolvam a normalidade dos trabalhos no Congresso Nacional. O Brasil precisa voltar a focar em pautas que resolvam os problemas econômicos, sociais e de insegurança do nosso país”, conclui a nota.
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