O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou uma nova linha de crédito imobiliário voltada à classe média, com foco em famílias com renda acima de R$ 12 mil e financiamentos de até R$ 2,25 milhões. A iniciativa busca estimular o mercado de moradias e ampliar o acesso ao crédito habitacional por meio da Caixa Econômica Federal.

Principais pontos do novo financiamento

A nova linha faz parte do Sistema Financeiro de Habitação (SFH) e oferece juros de até 12% ao ano, abaixo da taxa Selic, atualmente em 15%.
A Caixa voltará a financiar até 80% do valor do imóvel — antes o limite era de 70%. O modelo de amortização será o Sistema de Amortização Constante (SAC), em que as parcelas começam mais altas e reduzem ao longo do tempo.

Segundo o governo, o plano deve viabilizar o financiamento de 80 mil novos imóveis e movimentar R$ 111 bilhões no primeiro ano, com R$ 52,4 bilhões liberados de forma imediata.

Uso do FGTS

O FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) poderá ser usado para entrada, abatimento de parcelas ou amortização do saldo devedor.
A medida foi possível porque o teto do SFH aumentou de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões, permitindo o uso do FGTS em imóveis de maior valor — antes restrito apenas ao Sistema Financeiro Imobiliário (SFI), que não incluía esse benefício.

Fase de transição até 2027

O modelo será implementado gradualmente a partir de 2025, com plena vigência em 2027.
Durante esse período, haverá redução dos compulsórios e flexibilização do direcionamento de 65% dos recursos da poupança para o crédito habitacional, criando mais espaço para operações no SFH e SFI.

Em 2027, o volume total de recursos das cadernetas de poupança passará a ser a referência para determinar quanto os bancos devem destinar ao setor imobiliário.

Programa Reforma Casa Brasil

Na próxima segunda-feira (20), o governo lançará o Reforma Casa Brasil, voltado a famílias com renda de até R$ 9,6 mil, com crédito facilitado para reformas e melhorias estruturais — como telhados danificados, sistemas elétricos e hidráulicos precários e obras de acessibilidade.

O programa contará com R$ 30 bilhões do Fundo Social e R$ 10 bilhões do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) para rendas mais altas, totalizando R$ 40 bilhões em crédito habitacional. A meta é realizar 1,5 milhão de contratações em todo o país.