Economia / Justiça
Johnson & Johnson é condenada a pagar US$ 40 milhões a pacientes com câncer após uso de talco
Júri da Califórnia conclui que empresa sabia dos riscos do produto e não alertou consumidores; J&J anuncia recurso
14/12/2025
07:00
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
Um júri da Califórnia determinou que a Johnson & Johnson (J&J) pague US$ 40 milhões em indenizações a duas mulheres que atribuíram seus casos de câncer de ovário ao uso de produtos à base de talco fabricados pela companhia. A decisão foi proferida pela Corte Superior de Los Angeles, e a empresa informou que vai recorrer.
Os jurados estabeleceram que:
Monica Kent tem direito a US$ 18 milhões;
Deborah Schultz e seu marido receberão US$ 22 milhões.
O entendimento do júri foi de que a Johnson & Johnson tinha conhecimento, havia anos, dos riscos associados aos seus produtos à base de talco, mas não alertou os consumidores.
Em comunicado, Erik Haas, vice-presidente mundial de contencioso da J&J, afirmou que a companhia “apelarará imediatamente desta decisão”, classificando o veredicto como “aberrante”, e disse esperar reverter o resultado em instâncias superiores.
Em maio de 2020, a Johnson & Johnson anunciou que deixaria de vender o Johnson’s Baby Powder nos Estados Unidos e no Canadá, alegando uma reavaliação do portfólio durante a pandemia. A decisão, no entanto, ocorreu após uma série de processos judiciais questionando a segurança do produto.
Nos autos, consumidores sustentam que os talcos da empresa estavam contaminados com amianto, substância reconhecidamente cancerígena.
A J&J afirmou, em 2019, que não encontrou amianto em seus testes internos. Contudo, análises da Food and Drug Administration (FDA) detectaram vestígios de amianto em produtos da marca, reforçando os argumentos dos autores das ações.
No fim de março deste ano, um juiz federal de falências em Houston (EUA) rejeitou a tentativa da Johnson & Johnson de aprovar um acordo de US$ 9 bilhões para encerrar milhares de processos relacionados às alegações de câncer.
Segundo o The New York Times, mais de 90 mil reivindicações contra a Johnson & Johnson e outras partes seguem pendentes, número muito superior à capacidade de julgamento individual dos tribunais.
A nova condenação reforça a pressão judicial e financeira sobre a companhia e mantém o tema no centro do debate regulatório e de saúde pública nos Estados Unidos, com potenciais repercussões globais para a indústria de produtos de consumo e para a responsabilização de fabricantes.
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