Campo Grande (MS), Sexta-feira, 29 de Agosto de 2025
Política / Justiça
PGR é contra presença de agentes da PF dentro da casa de Bolsonaro
Procurador-geral Paulo Gonet defendeu apenas reforço da segurança no condomínio do ex-presidente em Brasília
29/08/2025
10:00
DA REDAÇÃO
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, enviou nesta sexta-feira (29) ao Supremo Tribunal Federal (STF) parecer contrário ao pedido da Polícia Federal (PF) para que agentes permanecessem dentro da residência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em regime de vigilância contínua.
Segundo Gonet, a medida seria um agravamento desnecessário das condições da prisão domiciliar já imposta ao ex-chefe do Executivo, que é monitorado por tornozeleira eletrônica. O procurador, contudo, se manifestou a favor do reforço da segurança na entrada do condomínio e nas imediações da casa, localizada no Solar de Brasília.
Na terça-feira (26), o ministro Alexandre de Moraes, relator dos processos envolvendo Bolsonaro no STF, solicitou manifestação da PGR após receber ofício do diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues.
No documento, a corporação alertou que o sinal da tornozeleira eletrônica pode falhar, o que permitiria tempo suficiente para uma eventual fuga. Por isso, a PF sugeriu a instalação de uma equipe fixa dentro da residência de Bolsonaro, atuando 24 horas por dia.
No parecer, Paulo Gonet reconheceu que existem indícios de risco, como o pedido de asilo político à Argentina encontrado no celular de Bolsonaro e a atuação de seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos buscando apoio internacional contra decisões do Judiciário brasileiro.
Ainda assim, o chefe do Ministério Público Federal avaliou que as medidas atuais são adequadas:
“Essa avaliação não induz a Procuradoria-Geral da República, neste momento, a propugnar por soluções mais gravosas do que a da custódia domiciliar”, escreveu.
Gonet acrescentou que a vigilância eletrônica e a prisão domiciliar são suficientes para evitar fuga, especialmente diante da proximidade do julgamento da ação penal contra Bolsonaro, que começa na próxima semana.
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