Política / Justiça
Cerco judicial a Bolsonaro se intensifica enquanto Centrão articula nomes para 2026
Ex-presidente cumpre prisão domiciliar e enfrenta risco de condenação no STF; Tarcísio, Caiado e Zema despontam como alternativas da direita para o Planalto
27/08/2025
07:48
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O isolamento político e jurídico do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem se aprofundado às vésperas do julgamento da trama golpista no Supremo Tribunal Federal (STF), marcado para 2 de setembro. Cumprindo prisão domiciliar em Brasília e monitorado por tornozeleira eletrônica, Bolsonaro tem restrições para articular com aliados e está no centro de um cerco judicial que inclui acusações por tentativa de golpe de Estado, organização criminosa e obstrução de Justiça.
Na terça-feira (26), o ministro Alexandre de Moraes reforçou as medidas cautelares ao determinar policiamento nas imediações da residência do ex-presidente. A decisão atendeu a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), motivado pelo risco de fuga. A Polícia Federal também solicitou autorização para vigilância policial 24 horas dentro da casa de Bolsonaro, proposta que ainda aguarda decisão de Moraes.
Novembro de 2024: Bolsonaro é indiciado pela PF por tentativa de golpe e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Fevereiro de 2025: PGR denuncia o ex-presidente por tentativa de golpe, organização criminosa e outros crimes.
Março de 2025: STF recebe a denúncia e torna Bolsonaro réu.
Julho de 2025: Moraes impõe medidas cautelares por coação e obstrução de Justiça.
Agosto de 2025: Bolsonaro é colocado em prisão domiciliar por descumprir restrições e usar redes sociais em atos de apoiadores.
Além disso, a PF pediu o indiciamento de Bolsonaro e do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), após identificar minuta de pedido de asilo político ao presidente da Argentina, Javier Milei.
O enfraquecimento de Bolsonaro reacendeu a disputa pela liderança da direita. A família do ex-presidente não chega a um consenso sobre quem deve herdar seu capital político. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro aparece em sondagens com baixa rejeição, mas enfrenta resistência pela falta de experiência política. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) mantém postura discreta, enquanto Eduardo Bolsonaro, hoje nos Estados Unidos, pressiona para ser incluído como sucessor, apesar de responder a inquéritos.
Já o Centrão avança com a articulação em torno de nomes com maior capacidade eleitoral. Na última semana, os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Ronaldo Caiado (União Brasil-GO) e Romeu Zema (Novo-MG) apareceram juntos na Festa do Peão de Barretos. Caiado chegou a afirmar que “um deles ocupará o Palácio do Planalto”.
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, sinalizou preferência pela candidatura de Tarcísio, considerado por caciques partidários como a alternativa mais competitiva da direita. A aproximação do governador paulista com o mercado financeiro e o agronegócio reforça seu nome como possível candidato ao Planalto.
Enquanto a direita busca um nome de consenso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem se movimentado para consolidar alianças com partidos da centro-direita, como MDB, PSD e Republicanos. O petista já cogita até a formação de uma chapa com perfil moderado em 2026, consolidando-se como único nome da esquerda no cenário eleitoral.
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