Economia / Desenvolvimento Social
Brasil atinge menor nível de insegurança alimentar da história, segundo o IBGE
Mais de 8,8 milhões de pessoas passaram a ter acesso pleno à alimentação, e dois milhões saíram da fome em apenas um ano
10/10/2025
14:00
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O Brasil registrou, em 2024, o menor patamar de insegurança alimentar da história, igualando o recorde anterior alcançado em 2013. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base na Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (Ebia), aplicada na PNAD Contínua do 4º trimestre de 2024.
A proporção de domicílios em insegurança alimentar grave caiu para 3,2%, frente aos 4,1% de 2023 — uma redução significativa em apenas dois anos de governo. Segundo o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, essa marca representa duas conquistas históricas:
“Em 2025, o Brasil celebra a saída do Mapa da Fome e a redução da insegurança alimentar grave ao menor nível já registrado pelo IBGE. Levamos dois anos para reconquistar uma marca que antes levou dez anos para ser construída”, destacou o ministro, referindo-se ao período de 2003 a 2013.
Em termos absolutos, 8,8 milhões de pessoas foram incluídas na segurança alimentar, e dois milhões saíram da fome em apenas um ano.
O levantamento mostra que o percentual de domicílios em segurança alimentar subiu de 72,4% em 2023 para 75,8% em 2024, o que significa que três em cada quatro famílias brasileiras têm hoje acesso regular e adequado a alimentos.
A secretária extraordinária de Combate à Pobreza e à Fome do MDS, Valéria Burity, destacou que os dados do IBGE confirmam a tendência já apontada pela FAO/ONU:
“Os dados da Ebia 2024 reforçam que a fome está diminuindo rapidamente no Brasil. O Plano Brasil Sem Fome, lançado em 2023, foi essencial para consolidar essa estratégia de combate à insegurança alimentar.”
O Plano Brasil Sem Fome reúne 80 ações e mais de 100 metas, abrangendo medidas de aumento da renda, ampliação do acesso a alimentos saudáveis, fortalecimento da agricultura familiar e integração de políticas de proteção social.
A proporção de domicílios com algum grau de insegurança alimentar caiu de 27,6% para 24,2% entre 2023 e 2024 — o equivalente a 2,2 milhões de lares a menos nessa condição.
Insegurança leve: de 18,2% para 16,4%
Insegurança moderada: de 5,3% para 4,5%
Insegurança grave: de 4,1% para 3,2%
As maiores reduções ocorreram nas regiões Norte e Nordeste, que, apesar dos avanços, ainda concentram os maiores índices — 37,7% e 34,8%, respectivamente. Nas áreas rurais, a insegurança alimentar atingiu 31,3% dos domicílios, contra 23,2% nas zonas urbanas.
O estudo também revela que a vulnerabilidade é maior entre lares chefiados por mulheres (59,9%) e por pessoas pardas (54,7%), além de domicílios com responsáveis com até o ensino fundamental completo (65,7%).
A insegurança alimentar diminui com a idade: entre crianças de 0 a 4 anos, a taxa é de 3,3%, enquanto entre pessoas com 65 anos ou mais cai para 2,3%.
Em julho de 2024, o Brasil saiu oficialmente do Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), ao reduzir o índice de prevalência de subalimentação para menos de 2,5% da população.
Para o ministro Wellington Dias, o resultado é fruto da reconstrução de políticas públicas integradas:
“O Brasil voltou a ser exemplo no combate à fome. Isso é resultado de união, de políticas sociais retomadas e do compromisso de colocar comida na mesa do povo.”
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