Cidadania / Trânsito
Projeto de CNH mais acessível pode reduzir custo em até 80% e economizar mais de cinco meses de trabalho dos sul-mato-grossenses
Proposta do Governo Federal busca democratizar o acesso à habilitação e diminuir desigualdades regionais no Brasil
09/10/2025
16:00
DA REDAÇÃO
©Fernando Frazão/Agência Brasil
O cidadão sul-mato-grossense que deseja tirar a primeira Carteira Nacional de Habilitação (CNH) precisa trabalhar, em média, mais de cinco meses para juntar o valor necessário. A estimativa é da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) e leva em conta metodologia da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), que considera saudável comprometer até 30% da renda mensal com um objetivo financeiro específico.
Em Mato Grosso do Sul, o custo médio da CNH nas categorias A+B é de R$ 3.525, enquanto a renda per capita média é de R$ 2.169. Assim, ao destinar 30% da renda mensal (R$ 650,70) para esse fim, o cidadão levaria 5,42 meses para reunir o valor necessário.
O levantamento evidencia a diferença de poder aquisitivo entre as regiões do país. O Distrito Federal lidera o ranking com a menor necessidade de tempo para pagamento da CNH — cerca de dois meses —, devido à renda média mais alta (R$ 3.444) e ao maior número de motoristas habilitados, cerca de 5 mil a cada 10 mil habitantes.
Em contrapartida, estados do Norte e Nordeste, como Maranhão, Piauí e Amazonas, apresentam renda média inferior a R$ 1,5 mil e menor número de condutores habilitados — entre 1 mil e 2 mil por 10 mil habitantes —, refletindo a dificuldade de acesso ao documento e a desigualdade estrutural.
Atualmente, o processo de obtenção da CNH pode ultrapassar R$ 4,4 mil e levar quase um ano para ser concluído, o que acaba empurrando cerca de 20 milhões de brasileiros para a ilegalidade ao dirigir sem habilitação.
O Governo do Brasil, por meio do Ministério dos Transportes, propôs o Projeto CNH Mais Acessível, que prevê redução de até 80% no custo da habilitação nas categorias A (motocicletas) e B (veículos de passeio).
A iniciativa busca ampliar o acesso à habilitação, reduzir desigualdades regionais e melhorar a segurança no trânsito, oferecendo novas formas de obtenção da CNH.
Segundo a Senatran, 80% do valor total da CNH corresponde atualmente às aulas oferecidas pelas autoescolas. Com o novo modelo:
O candidato poderá escolher onde e como realizar as aulas teóricas, inclusive em cursos gratuitos oferecidos pela Senatran;
A parte prática poderá ser feita com instrutores autônomos credenciados pelos Detrans;
Não haverá obrigatoriedade de carga horária mínima, como ocorre atualmente — apenas a exigência de aprovação nas provas teórica e prática.
Essas mudanças devem tornar o processo mais flexível, acessível e competitivo, ampliando as oportunidades para milhões de brasileiros.
O projeto está em fase de consulta pública e qualquer cidadão pode enviar sugestões e contribuições até o dia 2 de novembro, por meio da plataforma Participa + Brasil.
A Senatran reforça que a participação popular é essencial para ajustar o modelo às realidades locais e garantir um sistema de habilitação mais justo e inclusivo.
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