ECONOMIA
Inflação faz consumidor cortar itens do carrinho e priorizar alimentação básica
Pesquisa aponta redução na compra de café, leite, chocolates e produtos de higiene; marcas próprias ganham espaço
08/02/2025
12:45
NAOM
DA REDAÇÃO
©REPRODUÇÃO
O impacto da inflação já está sendo sentido diretamente pelos consumidores brasileiros, que estão restringindo o consumo de produtos essenciais e reduzindo a compra de itens supérfluos nos supermercados. A sugestão do presidente Lula, feita em entrevista na última quinta-feira (6), para que a população evite comprar produtos caros a fim de conter a inflação, já vem sendo adotada há meses, segundo pesquisas do setor varejista.
De acordo com um levantamento da empresa Varejo 360, que monitora o comportamento do consumidor, houve uma redução significativa na compra de itens essenciais nos primeiros 21 dias de janeiro, comparado ao mesmo período de 2024:
Embora a alta no preço do café tenha sido mais acentuada que a do leite, o impacto na queda das vendas do café foi menor, pois os consumidores já vinham reduzindo sua compra desde o ano passado.
A crise inflacionária também levou ao racionamento no uso de produtos de higiene pessoal e limpeza. Mesmo sem sofrer aumentos expressivos, itens como lava-roupas líquido e em pó, sabonetes líquidos e em barra (-2%) e desodorantes (-0,6%) tiveram queda nas vendas.
Segundo Fernando Faro, diretor da Varejo 360, a priorização dos gastos com alimentação tem pressionado outros segmentos.
“As pessoas estão tendo que fazer escolhas e priorizam alimentos. Para garantir a xícara de café, que está muito caro, elas deixam de comprar outros itens. Esse impacto afeta principalmente a classe média e a população de baixa renda”, explica Faro.
Outro reflexo da inflação e perda de poder de compra é a migração dos consumidores para marcas mais acessíveis. A busca por marcas próprias de supermercados cresceu 20% em janeiro de 2025 em comparação ao mesmo período do ano anterior, segundo Antônio Sá, sócio da Amicci, empresa especializada no setor.
A substituição de produtos premium por opções mais baratas já vinha sendo observada no varejo desde o último trimestre de 2024, segundo Ricardo Cobacho, diretor da rede GoodBom Supermercados.
"Quando isso acontece, nós, do varejo, também sentimos perda de margem, pois não conseguimos repassar os aumentos que vêm da indústria. Agora, com o reajuste do diesel, o cenário fica ainda mais desafiador", afirma Cobacho.
O consumidor tem adotado diferentes estratégias para equilibrar o orçamento e minimizar os impactos da inflação:
Segundo José Rafael Vasquez, CEO do Sam’s Club e Carrefour Varejo, essa tendência já vinha sendo observada desde o ano passado.
“Os clientes estão priorizando itens essenciais e produtos de menor custo, ajustando seus hábitos de consumo ao cenário econômico. Esse movimento é mais perceptível em regiões com maior concentração de consumidores da classe média e baixa”, afirma.
Com esse novo comportamento do consumidor, categorias como bens semiduráveis (eletrodomésticos e TVs) também apresentaram queda nas vendas no início de 2025, refletindo uma busca por maior equilíbrio no orçamento familiar.
A inflação segue pressionando os brasileiros, e a adaptação no padrão de consumo indica um período de cautela financeira e reavaliação de prioridades para os próximos meses.
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