Política Internacional
Reunião entre Lula e Trump: entenda o que foi discutido e quais são os próximos passos
Encontro em Kuala Lumpur marca retomada das relações comerciais e início de negociações sobre tarifas e sanções
26/10/2025
07:00
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Donald Trump, realizado neste domingo (26) na Malásia, representou um passo significativo na reaproximação entre Brasil e Estados Unidos. Essa foi a primeira reunião oficial entre os dois líderes para discutir as tarifas impostas por Washington sobre produtos brasileiros e as sanções a autoridades nacionais baseadas na Lei Magnitsky.
Segundo o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, o diálogo foi “muito positivo” e abriu caminho para um processo de negociação bilateral imediata, com expectativa de acordo em poucas semanas.
O encontro durou cerca de 50 minutos e resultou no compromisso de iniciar negociações formais entre os dois países. Lula pediu a suspensão das tarifas durante o período de tratativas, enquanto Trump determinou que sua equipe desse início “ainda hoje” ao processo técnico.
“Esperamos concluir em poucas semanas uma negociação que trate de cada setor afetado pela atual tributação americana”, declarou Mauro Vieira.
O secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Márcio Elias Rosa, afirmou que Lula reforçou a Trump que os motivos alegados para o tarifaço não se aplicam ao Brasil, já que o país possui déficit na balança comercial com os EUA.
“Lula mostrou que nossa pauta comercial e a relação diplomática de mais de 200 anos sempre foram muito boas”, disse Rosa.
Os dois líderes não discutiram diretamente a situação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Lula apenas mencionou a injustiça da aplicação da Lei Magnitsky a autoridades do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmando que não houve perseguição política ou jurídica no julgamento do ex-mandatário.
Lula se ofereceu como mediador entre Estados Unidos e Venezuela, propondo um diálogo voltado à estabilidade na América do Sul.
“O presidente Lula disse que a América do Sul é uma região de paz e se prontificou a ser interlocutor, como foi no passado”, declarou Vieira.
Trump teria agradecido a iniciativa e sinalizado apoio à proposta.
Os dois presidentes também concordaram com visitas oficiais entre os países.
“O presidente Trump quer ir ao Brasil, e o presidente Lula aceitou também, dizendo que irá com prazer aos Estados Unidos no futuro”, afirmou o chanceler.
As equipes técnicas dos dois governos iniciam neste domingo (26) as reuniões bilaterais, com foco em:
Suspensão temporária das tarifas americanas;
Reavaliação das sanções da Lei Magnitsky;
Setores prioritários da pauta comercial;
Cooperação em minerais críticos e terras raras.
O Itamaraty prevê que o acordo preliminar seja alcançado em poucas semanas, abrindo espaço para uma nova etapa nas relações comerciais e diplomáticas Brasil–EUA.
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