Brasil / Política
"O Eduardo Bolsonaro acabou", diz dirigente do PL após apoio a Trump e crise com STF
Rejeição à candidatura do deputado cresce dentro do próprio partido, em meio a inquérito no STF e desgaste com empresários
20/07/2025
07:00
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
A possível candidatura presidencial de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) para 2026 enfrenta crescente resistência até mesmo dentro do Partido Liberal (PL). Em declaração revelada neste sábado (19) pelo colunista Lauro Jardim, um dirigente da legenda afirmou, de forma categórica, que o deputado licenciado “acabou” politicamente.
“O Eduardo Bolsonaro acabou. Ele quer se candidatar de qualquer maneira. Mas ninguém no partido o quer candidato”, declarou o dirigente, sob condição de anonimato.
A fala representa o sentimento de parte expressiva da cúpula do PL, que vê com preocupação o desgaste gerado pelas recentes ações de Eduardo nos Estados Unidos, especialmente sua defesa pública das sanções impostas pelo governo Donald Trump ao Brasil — medida vista como um ataque direto à soberania nacional e ao setor industrial brasileiro.
A postura do deputado licenciado, que se mudou para os EUA no início do ano, foi amplamente criticada por setores empresariais, parlamentares do próprio partido e aliados políticos. O apoio à taxação de 50% sobre produtos brasileiros por parte dos Estados Unidos foi interpretado como sabotagem política contra o governo Lula, com impactos reais para a economia nacional.
Além disso, Eduardo vem reiterando que ele e sua família seriam vítimas de “perseguição política” no Brasil, e intensificou ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF), em especial ao ministro Alexandre de Moraes, que determinou medidas cautelares contra Jair Bolsonaro, como o uso de tornozeleira eletrônica.
Em maio, a Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou abertura de inquérito no STF para apurar a conduta de Eduardo. A investigação aponta indícios de crimes como:
Coação no curso do processo
Obstrução de investigação de organização criminosa
Abolição violenta do Estado Democrático de Direito
A PGR também destacou que "tentar submeter o funcionamento do STF ao crivo de outro Estado" — como nos esforços de Eduardo para pressionar o governo dos EUA — configura atentado à soberania nacional, previsto no Código Penal.
O comportamento do parlamentar foi diretamente relacionado à decisão de Donald Trump, divulgada neste mês, que impôs a taxação aos produtos brasileiros. Também nesta semana, o governo norte-americano anunciou a revogação dos vistos de Alexandre de Moraes e de seus “aliados” no STF, além de familiares.
Apesar da gravidade das acusações e do isolamento crescente, Eduardo Bolsonaro continua ativo nas redes sociais e articulando apoio nos EUA, o que acirra a crise interna no PL e agrava seu desgaste político no Brasil.
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