Brasil / Política
Lula nomeia Frederico de Siqueira Filho como novo ministro das Comunicações após recusa de Pedro Lucas
Engenheiro e ex-presidente da Telebras assume pasta com apoio do União Brasil e respaldo de Davi Alcolumbre
24/04/2025
14:45
DA REDAÇÃO
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao lado de Frederico de Siqueira Filho, novo ministro das Comunicações (Foto: Ricardo Stuckert / PR)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmou nesta quinta-feira (24) a nomeação do engenheiro Frederico de Siqueira Filho como novo ministro das Comunicações, após a recusa do deputado Pedro Lucas Fernandes (União Brasil-MA) em assumir a pasta. Siqueira presidia a Telebras, estatal vinculada ao ministério, e foi indicado com apoio direto do senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).
A escolha representa uma saída técnica e estratégica para recompor o espaço do União Brasil na Esplanada dos Ministérios, especialmente após o desgaste gerado pela negativa de Fernandes. A nomeação mantém a influência de Alcolumbre no governo, mesmo com a substituição do político por um perfil técnico.
Frederico de Siqueira Filho é engenheiro civil formado pela Universidade de Pernambuco (UPE), com 26 anos de experiência no setor de telecomunicações. Trabalhou por 20 anos na operadora Oi, onde atuou em áreas de Operações, Planejamento, Institucional e Comercial, além de ter exercido o cargo de diretor de Relações Institucionais por uma década.
Desde abril de 2024, Siqueira está à frente da Telebras, com mandato até 2026. Sob sua liderança, a estatal passou por um processo de reestruturação e foi elogiada por adotar práticas de gestão com mentalidade de setor privado. Aliados de Alcolumbre apontam que o novo ministro foi decisivo na recuperação institucional da empresa.
Inicialmente, o governo Lula havia convidado o deputado Pedro Lucas Fernandes para assumir a vaga deixada por Juscelino Filho, ex-ministro denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por suposto envolvimento em desvios de emendas parlamentares. No entanto, Fernandes recuou diante da pressão de sua bancada na Câmara, que desejava manter o controle político do União Brasil no Legislativo.
A negativa do parlamentar, anunciada um dia após sua indicação ser tornada pública pela ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, causou desconforto no Palácio do Planalto. Internamente, a decisão foi vista como uma forma de evitar um racha interno no União Brasil, partido que ainda tenta equilibrar forças entre sua ala governista e oposicionista.
A nomeação de Siqueira é vista como uma solução intermediária: garante a manutenção do espaço político do União Brasil, preserva a articulação com o Senado e evita novo desgaste com a Câmara. Apesar da mudança de perfil – de político para técnico –, o novo ministro conta com apoio da cúpula partidária, incluindo o presidente da legenda, Antonio Rueda.
“É uma solução de gestão com diálogo político. Frederico tem perfil técnico, mas tem a confiança de quem decide na bancada do Senado”, avaliou um interlocutor do Planalto.
A nomeação já foi publicada no Diário Oficial da União e Siqueira deve tomar posse nos próximos dias.
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