Política / Economia
Plano de contingência contra tarifaço dos EUA será anunciado até terça, afirma Alckmin
Vice-presidente diz que ajuda será calibrada por setor, com foco em produtos mais expostos à exportação para os Estados Unidos
07/08/2025
19:00
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O plano de contingência do governo federal para socorrer os setores afetados pela sobretaxa de 50% imposta pelos Estados Unidos deve ser anunciado até terça-feira (12). A informação foi confirmada nesta quinta-feira (8) pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, durante entrevista concedida em Brasília.
Segundo Alckmin, o plano foi entregue ao presidente Lula na noite anterior e aguarda apenas o aval final para ser divulgado. A proposta inclui uma “régua” de impacto, que vai considerar o grau de exposição ao mercado americano dentro de cada setor exportador.
“Haverá um parâmetro para avaliar os efeitos das tarifas. Setores que exportam muito para os EUA serão mais afetados e, por isso, terão prioridade”, explicou Alckmin.
De acordo com o ministro, o plano pretende oferecer ajustes específicos para cada segmento da economia, levando em conta o peso das exportações para os EUA em seu faturamento.
“Temos setores em que mais de 90% da produção é consumida no Brasil, com exportações de até 10%. Mas também há setores onde metade da produção vai para fora, especialmente para os Estados Unidos”, afirmou.
Como exemplo, Alckmin citou o setor de pescados, que será tratado de forma segmentada. Enquanto a tilápia é voltada majoritariamente ao mercado interno, o atum tem grande parte da produção direcionada à exportação — e, portanto, sofrerá maior impacto.
O vice-presidente também informou que recebeu nesta quinta-feira representantes da Abicalçados (Associação Brasileira das Indústrias de Calçados), que expressaram preocupação com a taxação sobre o couro, matéria-prima do setor.
“O couro é ainda mais afetado que o calçado. Mais de 40% da produção é exportada”, disse.
Em paralelo às articulações internas, Alckmin também se reuniu com o encarregado de negócios da Embaixada dos EUA, Gabriel Escobar, em encontro fora da agenda oficial. O vice-presidente classificou a conversa como “muito boa”, mas não revelou detalhes. Escobar também teve reuniões com o senador Nelsinho Trad (PSD-MS), presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, e visitou a Câmara dos Deputados.
O decreto do ex-presidente Donald Trump, assinado em 30 de julho, entrou em vigor em 6 de agosto, impondo tarifas de 50% sobre boa parte dos produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), cerca de 40% da pauta exportadora foi poupada, incluindo celulose e ferro-gusa. Por outro lado, carnes, café, pescados, calçados e couro estão entre os segmentos mais afetados.
O governo busca alternativas diplomáticas e comerciais, mas já antecipa medidas internas para mitigar os danos ao setor produtivo nacional.
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