Política / Justiça
CPMI do INSS é instalada após meses de impasse e vai investigar fraudes bilionárias em aposentadorias
Comissão terá perfis neutros na presidência e relatoria, mas inclui nomes radicais; estimativa é de R$ 6,3 bilhões em descontos indevidos
20/08/2025
07:00
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS será instalada nesta quarta-feira (20/8), após meses de atraso. O colegiado vai investigar fraudes em aposentadorias e descontos ilegais de mensalidades em benefícios previdenciários, que teriam causado prejuízos de R$ 6,3 bilhões aos segurados.
A criação da CPMI foi impulsionada pela revelação do escândalo do INSS em uma série de reportagens publicadas pelo portal Metrópoles, a partir de dezembro de 2023, que apontaram irregularidades cometidas por entidades sindicais e associativas.
As denúncias do Metrópoles mostraram que as entidades chegaram a arrecadar R$ 2 bilhões em um ano com descontos de mensalidades de aposentados. O caso levou à abertura de inquéritos pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU), culminando na Operação Sem Desconto, deflagrada em abril de 2024.
A investigação resultou na demissão do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e na renúncia do ministro da Previdência, Carlos Lupi.
A comissão será presidida pelo senador Omar Aziz (PSD-AM) e terá como relator o deputado Ricardo Ayres (Republicanos-TO), ambos considerados de perfil neutro e que não assinaram o requerimento de criação da CPMI — fato criticado pela oposição.
Aliado do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), Ayres deve adotar um tom conciliador, evitando confrontos diretos com o governo Lula.
A CPMI terá 16 titulares e 16 suplentes no Senado e na Câmara. Entre os integrantes estão nomes de postura mais radical, como o senador Magno Malta (PL-ES) e o deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS).
Por outro lado, a maioria pertence a blocos com histórico de sustentar a governabilidade (Democracia, Vanguarda e Aliança), o que pode reduzir a intensidade das investigações.
Renan Calheiros (MDB-AL)
Tereza Cristina (PP-MS)
Eliziane Gama (PSD-MA)
Rogério Carvalho (PT-SE)
Damares Alves (Republicanos-DF) – autora do pedido de criação
Coronel Fernanda (PL-MT) – também autora do requerimento
Paulo Pimenta (PT-RS)
Adriana Ventura (Novo-SP)
Ricardo Ayres (Republicanos-TO) – relator
Caberá ao relator elaborar um plano de trabalho com cronograma, definir convocações e requerer informações a órgãos públicos. Ministros de Estado e dirigentes de entidades podem ser chamados a depor.
O pedido de criação foi apresentado em maio pela senadora Damares Alves (Republicanos-DF) e pela deputada Coronel Fernanda (PL-MT), mas só foi autorizado em junho pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).
A CPMI poderá influenciar diretamente no cenário político do governo Lula, já que o escândalo atravessa também gestões anteriores de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL).
O desafio será determinar se os trabalhos terão caráter técnico e investigativo ou se prevalecerá a disputa política entre governo e oposição.
Senadores titulares:
Senadores suplentes
Deputados titulares
Deputados suplentes
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