Campo Grande (MS), Sábado, 20 de Dezembro de 2025

Política Internacional

Intervenção na Venezuela seria “catástrofe humanitária”, alerta Lula em discurso no Mercosul

Presidente critica ameaça militar dos EUA, defende solução diplomática e teme escalada de conflito na América do Sul

20/12/2025

12:00

DA REDAÇÃO

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Durante a reunião do Mercosul, realizada neste sábado (20), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um alerta contundente sobre o risco de uma escalada militar na América do Sul diante das ameaças de Estados Unidos contra a Venezuela. Para Lula, uma eventual intervenção armada norte-americana no país vizinho representaria uma “catástrofe humanitária” e um precedente perigoso para a ordem internacional.

Em seu discurso, o presidente brasileiro comparou o atual cenário regional ao período posterior à Guerra das Malvinas, destacando o retorno da presença militar de uma potência extrarregional no continente.

“Passadas mais de quatro décadas desde a Guerra das Malvinas, o continente sul-americano volta a ser assombrado pela presença militar de uma potência extrarregional. Os limites do direito internacional estão sendo testados”, afirmou Lula.
“Uma intervenção armada na Venezuela seria uma catástrofe humanitária para o hemisfério e um precedente perigoso para o mundo”, completou.

Escalada militar e tensão regional

Atualmente, forças militares dos Estados Unidos intensificaram a presença no Mar do Caribe, na fronteira venezuelana, sob a justificativa de combate ao narcotráfico. Segundo informações citadas pelo presidente, há um bloqueio à navegação de navios petroleiros venezuelanos, o que pode comprometer seriamente a economia do país, fortemente dependente da produção de petróleo.

O petróleo é considerado o eixo central da economia venezuelana, e a restrição ao escoamento da produção pode resultar em forte asfixia financeira. Desde setembro, aproximadamente 25 ataques a embarcações no Caribe teriam sido realizados por forças militares norte-americanas, com registro de ao menos 95 mortes.

Declarações recentes do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contribuíram para elevar ainda mais a tensão. Segundo Trump, a Venezuela estaria cercada pela maior armada já reunida na história da América do Sul, com a possibilidade de intensificação das ações caso o país não “devolva” ativos considerados de interesse norte-americano.

Diplomacia como alternativa

Diante do cenário, Lula afirmou que tem atuado diretamente para buscar uma solução diplomática. Em entrevista concedida na última quinta-feira (18), no Palácio do Planalto, o presidente revelou ter mantido conversas telefônicas tanto com o presidente venezuelano Nicolás Maduro quanto com Donald Trump.

“Disse ao presidente Maduro que, se ele quisesse ajuda do Brasil, precisava nos dizer de que forma. E disse ao Trump que, se achasse que o Brasil poderia contribuir, nós teríamos todo interesse de conversar com a Venezuela, com os Estados Unidos e com outros países para evitar um confronto armado na América Latina”, relatou Lula.

O presidente destacou ainda que o Brasil possui extensa fronteira com a Venezuela, o que torna qualquer conflito um risco direto à estabilidade regional.

Questionamentos sobre interesses estratégicos

Lula também levantou dúvidas sobre as reais motivações por trás da ameaça de intervenção militar, indo além do discurso oficial de combate ao narcotráfico.

“Era possível negociar sem guerra. Então, eu fico sempre preocupado com o que está por detrás. Porque não pode ser apenas a questão de derrubar o Maduro. Quais são os interesses outros que a gente ainda não sabe?”, questionou.

Segundo o presidente, novas tentativas de diálogo estão previstas. Lula afirmou que pretende voltar a conversar com Donald Trump antes do Natal e orientou o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, a permanecer próximo ao país nas próximas semanas, diante da possibilidade de agravamento do cenário.

Para o governo brasileiro, a saída diplomática segue sendo o único caminho capaz de evitar uma crise humanitária de grandes proporções e preservar a América do Sul como uma zona de paz.


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