Campo Grande (MS), Domingo, 05 de Maio de 2024

PERIGO!

'Desafio do apagão' no TikTok causa morte de menina; psicóloga orienta pais preocupados

Profissional, que é de Campo Grande, conta como tem ajudado responsáveis a lidar com o acesso dos filhos à internet

21/01/2023

19:45

MIDIAMAX

CÁSSIA MODENA

Milagres Soto, 12, foi encontrada sem vida em seu quarto, em Santa Fé, na Argentina

Embora quase sempre usadas para divertir ou ensinar, as plataformas de entretenimento têm uma face perigosa que preocupa, em especial, os responsáveis por usuários menores de idade. Crianças e adolescentes, quando inclinados a reproduzirem o que veem, podem chegar a autoprovocar lesões físicas ou até mesmo a morte – como foi o caso da adolescente argentina Milagros Soto, de 12 anos, asfixiada após fazer o “desafio do apagão” no TikTok, no dia 13 de janeiro deste ano.

A menina tentou cumprir o desafio, que consiste em se enforcar amarrando um cadarço ou cinto no pescoço até perder a consciência para, daí, se libertar no último momento. Ela foi encontrada morta pelos pais. O mesmo desafio levou à morte um menino chileno, em 2021.

"Não temos consolo", diz família de Milagros em post no Facebook. A plataforma se pronunciou ao UOL no Brasil, informando que sente "muito pela trágica perda desta família" e que conteúdos dessa natureza são proibidos e serão removidos caso encontrados. Além disso, o TikTok salientou que o cadastro de usuários é restrito a pessoas maiores de 13 anos.

Pais preocupados

A psicóloga clínica de Campo Grande, Talita Akamine Moreira, relata que recebe no consultório cada vez mais pais preocupados com o acesso dos filhos à internet. Ela atende pré-adolescentes e adolescentes.

Muitos adultos chegam desesperados, ressalta a profissional. "Minha primeira abordagem é a de acalmá-los e falar da importância de se aproximarem dos filhos. Esse é o primeiro passo", conta. Mesmo para os que acreditam ter uma relação de proximidade, a orientação que ela dá é aumentar a frequência dos momentos diários de conexão o quanto for possível.

O contato diário com as crianças e adolescentes pode se concretizar com a participação em uma brincadeira, atividade física, tarefa escolar ou também uma boa conversa, exemplifica a psicóloga.

Diferença entre o real e o não real

Uma coisa que precisa ser reforçada às crianças e adolescentes, explica Talita, é a distinção entre o que é real e o que está na internet. "Eles estão o tempo todo inseridos no mundo virtual e podem acabar se perdendo em uma fantasia de mundo perfeito", diz.

A dificuldade de se desligar do virtual e se conectar à realidade pode, inclusive, levar a um "abandono" da noção de perigo, desenvolvida nos primeiros anos de vida. "É possível que inconscientemente testem aquilo que lhes causa dor física. Quando o estado emocional é de vulnerabilidade, aí podem vir os casos de automutilação, por quererem acentuar essa dor", complementa.

Empatia e respeito à individualidade

Os adolescentes, principalmente, passam por uma fase de construção de identidade. No mundo globalizado, estão mais acessíveis a eles as ferramentas que os induzem à busca por estabelecer equivalência e relação ao outro, ou seja, a parecer-se com alguém ou ter algum bem material que o outro tem, por exemplo. A psicóloga recomenda ter empatia com essa fase e que os pais participem dessa formação, para entender os gostos dos filhos e mostrar que respeitam sua individualidade.

Uma dica da profissional para aproximar-se com empatia dos filhos é dizer o que gostava de fazer na adolescência e perguntar a eles o que gostam de fazer hoje em dia.

Evitar repreender

Talita orienta, sobretudo, a manter a calma e evitar castigar e brigar com as crianças e adolescentes que apresentam algum comportamento na internet considerado errado.

"A abordagem mais indicada é fazer o acolhimento e conversar. Até quando há uma exposição sexualizada inadequada para a idade nas redes sociais, o que tem sido comum, o melhor é acolher e entender o motivo daquele conteúdo conversando", explica.

Ferramentas de monitoramento

Por último, a psicóloga comenta sobre as ferramentas digitais que monitoram ou restringem o acesso das crianças e adolescentes à internet aos aplicativos dos dispositivos eletrônicos. A profissional acredita que podem funcionar em alguns casos, em outros, não.

"Baixar esses aplicativos pode passar a mensagem de estar terceirizando esse cuidado e atenção aos filhos, que é muito importante. Há casos em que são efetivos por complementarem um cuidado mais presente. Em outros, podem reforçar um distanciamento dos adultos", finaliza.


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