Saúde / Bem-Estar
Novembro Azul: uso indiscriminado de Viagra e tadalafila pode causar danos irreversíveis à saúde
Especialistas alertam para riscos cardiovasculares, dependência psicológica e uso recreativo entre jovens
20/11/2025
11:00
DA REDAÇÃO
©ILUSTRAÇÃO
Durante a campanha Novembro Azul, dedicada à saúde integral do homem, médicos reforçam um alerta que vem ganhando espaço no país: o uso indiscriminado de medicamentos para disfunção erétil, como Viagra (sildenafila), Cialis (tadalafila) e Levitra (vardenafila), vem crescendo rapidamente — inclusive entre jovens sem diagnóstico clínico de impotência.
Segundo dados da PróGenéricos, o genérico de tadalafila foi o 5º medicamento mais vendido do Brasil em 2024, com mais de 61 milhões de unidades comercializadas. No primeiro semestre de 2025, levantamento da Alanac mostrou que o produto subiu para 4º lugar, com quase 22 milhões de caixas vendidas.
A Anvisa emitiu recentemente um alerta sobre o uso recreativo dessas substâncias, ressaltando que o consumo sem indicação médica pode causar infarto, AVC, queda abrupta da pressão arterial e dependência psicológica.
De acordo com o NHS (Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido), essas substâncias agem inibindo a enzima PDE5, que interrompe naturalmente o mecanismo de ereção. Ao bloqueá-la, o fluxo de sangue no pênis aumenta, mantendo a ereção apenas quando há estímulo sexual.
Portanto:
Não causam ereção espontânea
Não aumentam libido ou desejo sexual
Não funcionam como estimulantes sexuais
Mesmo seguros quando prescritos corretamente, esses medicamentos podem causar efeitos adversos, entre eles:
Dor de cabeça
Rubor facial
Indigestão
Congestão nasal
Tontura
Dores musculares nas pernas e nas costas
O urologista Mark Neumaier, dos hospitais São Marcelino Champagnat e Universitário Cajuru, explica:
“O rosto pode ficar avermelhado, o nariz entupido, e muitas pessoas relatam dores musculares, que levam inclusive à suspensão do uso.”
Segundo o NHS:
12% dos usuários apresentam efeitos significativos
Apenas 3% interrompem o tratamento por esses motivos
O maior perigo está no uso indiscriminado, sem acompanhamento médico. Neumaier alerta:
“Quando o paciente usa por insegurança, cria uma relação de dependência psicológica. Ele passa a acreditar que só terá bom desempenho com o remédio.”
Entre os riscos para a saúde física estão:
Queda perigosa da pressão arterial
Interações graves com medicamentos à base de nitratos
Risco de infarto e AVC
Complicações em pacientes cardíacos recentes, sobretudo pós-angioplastia
“Em pacientes com doença cardiovascular, o uso pode ser extremamente perigoso”, reforça o urologista.
O tratamento para disfunção erétil deve sempre começar com um urologista, responsável por diagnosticar a causa real, ajustar doses e monitorar possíveis efeitos colaterais.
Neumaier reforça:
“Nenhum remédio deve ser usado sem avaliação profissional. Até medicamentos simples podem trazer riscos se administrados de forma inadequada.”
Embora a prescrição médica seja obrigatória, ainda é possível adquirir esses medicamentos sem receita — realidade que tem impulsionado o uso recreativo entre homens jovens.
Para muitos pacientes, especialmente aqueles com causas emocionais ou vasculares, mudanças no estilo de vida podem reverter a disfunção erétil sem necessidade de medicamentos:
Diálogo com a parceira e apoio psicológico
Prática regular de atividade física
Alimentação equilibrada
Controle da pressão arterial e do diabetes
Fisioterapia pélvica e exercícios específicos
“Essas estratégias fortalecem a musculatura e melhoram o desempenho sexual”, afirma Neumaier.
Integrante do Grupo Marista, é referência em procedimentos de média e alta complexidade, com certificação internacional Joint Commission International (JCI). Destaca-se nas áreas de cardiologia, neurocirurgia, ortopedia, cirurgia robótica, bariátrica e programas de check-up.
Instituição filantrópica com atendimento 100% SUS e certificação ONA nível 3, vinculada à PUCPR. Atua em urgência, emergência, traumas, transplante renal e oferece suporte de retaguarda a unidades das regiões de Curitiba e Região Metropolitana.
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