Campo Grande (MS), Segunda-feira, 10 de Novembro de 2025

Saúde / Bem-Estar

Dia Mundial do Ceratocone alerta para riscos de coçar os olhos e importância do diagnóstico precoce

Doença atinge 150 mil brasileiros por ano e é uma das principais causas de transplante de córnea no país

10/11/2025

07:15

DA REDAÇÃO

©DIVULGAÇÃO

Celebrado neste 10 de novembro, o Dia Mundial do Ceratocone chama atenção para uma das doenças oculares mais comuns entre jovens e adultos no Brasil. O ceratocone provoca a deformação progressiva da córnea, estrutura transparente que recobre a parte colorida dos olhos, e pode levar à perda significativa da visão se não for diagnosticado e tratado precocemente.

O que é o ceratocone

No ceratocone, a córnea perde sua forma arredondada e se projeta para a frente, adquirindo o formato de um cone — daí o nome da doença. Essa alteração compromete a visão e faz com que o paciente enxergue imagens distorcidas, embaçadas ou duplicadas, mesmo com o uso de óculos.

Entre os sintomas mais comuns estão:

  • Sensibilidade à luz (fotofobia);

  • Dificuldade para enxergar à noite;

  • Círculos luminosos ou halos em torno de luzes;

  • Percepção de imagens borradas ou tremidas.

150 mil novos casos por ano no Brasil

Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 150 mil brasileiros são diagnosticados anualmente com ceratocone. A doença costuma surgir na infância, adolescência ou início da vida adulta e pode afetar um ou ambos os olhos em diferentes intensidades.

A oftalmologista Alice Purri, do Instituto de Olhos de Belo Horizonte (IOBH), explica que o principal fator de risco é o hábito de coçar os olhos.

“Embora o ceratocone tenha componente genético, o atrito constante ao coçar os olhos fragiliza as fibras da córnea e acelera sua deformação”, afirma a médica.

Principais fatores de risco

De acordo com a especialista, é importante ficar atento aos seguintes fatores:

  • Histórico familiar da doença;

  • Hábito de coçar ou esfregar os olhos;

  • Alergias, como conjuntivite alérgica, rinite e asma;

  • Doenças do colágeno (como a Síndrome de Marfan);

  • Síndrome de Down, que apresenta maior predisposição.

Diagnóstico e tratamentos disponíveis

O diagnóstico é feito em consultas oftalmológicas de rotina, por meio de exames como topografia e tomografia de córnea, que permitem avaliar o grau de curvatura e espessura do tecido ocular.

O tratamento depende do estágio da doença e pode incluir:

  • Óculos e lentes de contato especiais, em casos leves;

  • Crosslinking corneano, procedimento que fortalece as fibras de colágeno da córnea com riboflavina (vitamina B2) e luz ultravioleta, estabilizando o avanço da doença;

  • Implante de anel intracorneano, que regulariza a superfície da córnea;

  • Implante de lente fácica, indicado para pacientes com ceratocone e miopia elevada.

“Nosso principal objetivo é impedir a progressão do ceratocone. Hoje temos muitas opções de reabilitação visual, que permitem boa qualidade de visão e evitam a necessidade de transplante”, explica a Dra. Alice Purri.

Quando o transplante é necessário

Nos casos mais graves, em que há cicatrizes ou deformações avançadas na córnea, pode ser necessário o transplante de córnea.
A especialista destaca que, além das técnicas tradicionais, há métodos modernos que substituem apenas partes específicas da córnea, reduzindo o risco de rejeição e acelerando a recuperação.

Entre os procedimentos estão:

  • Transplante lamelar anterior profundo: substitui apenas as camadas externas da córnea, preservando a parte interna e reduzindo o risco de rejeição.

  • Transplante penetrante: substitui toda a córnea por tecido doador.

Prevenção é o melhor tratamento

Evitar coçar os olhos, tratar alergias oculares e fazer exames oftalmológicos regulares são as medidas mais eficazes para prevenir o ceratocone e detectar a doença nos estágios iniciais.

“Descobrir cedo faz toda a diferença. O diagnóstico precoce permite estabilizar o quadro e preservar a visão por muitos anos”, reforça a médica do IOBH.


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