Política / Justiça
CPI do Crime Organizado chama dois ministros e 11 governadores
Comissão quer traçar diagnóstico nacional sobre facções e milícias; especialistas e jornalistas também serão ouvidos
04/11/2025
15:00
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado, instalada nesta terça-feira (4) no Senado Federal, aprovou uma série de requerimentos que incluem a convocação de dois ministros de Estado, 11 governadores, além de especialistas e jornalistas investigativos para contribuir com o diagnóstico nacional sobre o avanço das facções e milícias no país.
Os pedidos foram apresentados pelo relator, senador Alessandro Vieira (MDB-SE), que também solicitou informações oficiais aos ministérios da Justiça e da Defesa, com foco em relatórios de inteligência e controle de armas.
A CPI aprovou convites para ouvir:
Ricardo Lewandowski, ministro da Justiça e Segurança Pública;
José Múcio Monteiro, ministro da Defesa;
Andrei Rodrigues, diretor-geral da Polícia Federal;
Luiz Corrêa, diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Segundo o relator, o objetivo é entender a estrutura federal de enfrentamento ao crime organizado, o fluxo de informações entre órgãos de segurança e as dificuldades de rastreamento de armas e munições no Brasil.
“Falamos há anos da dificuldade que temos para identificar e rastrear armas de fogo e munições. Precisamos de respostas concretas sobre o que tem sido feito nesse sentido”, afirmou Alessandro Vieira.
A CPI também aprovou a oitiva de 11 governadores e seus secretários de Segurança Pública, selecionados com base em indicadores do Ministério da Justiça e do Fórum Nacional de Segurança Pública, representando os estados mais e menos seguros do país.
Estados convidados (menos seguros):
Amapá
Bahia
Pernambuco
Ceará
Alagoas
Estados convidados (mais seguros):
Santa Catarina
Paraná
Rio Grande do Sul
Distrito Federal
Rio de Janeiro e São Paulo também foram incluídos, não por índices de segurança, mas por serem berço das principais facções criminosas brasileiras, o PCC (Primeiro Comando da Capital) e o Comando Vermelho (CV).
“Queremos ouvir quem está na ponta, que enfrenta as dificuldades do sistema prisional, do tráfico e da violência urbana. Só com esse diagnóstico poderemos propor soluções integradas e eficazes”, justificou o relator.
Além de autoridades, a CPI convidará pesquisadores e jornalistas reconhecidos por suas investigações sobre o crime organizado.
Entre os especialistas:
Lincoln Gakiya, promotor do Ministério Público de SP, referência no combate ao PCC;
Renato Sérgio de Lima, diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública;
Joana da Costa Monteiro e Leandro Piquet Carneiro, professores e pesquisadores em políticas públicas.
Entre os comunicadores e analistas convidados:
Josmar Jozino (UOL)
Rafael Soares (O Globo)
Cecília Olliveira (Instituto Fogo Cruzado)
Bruno Paes Manso (USP e ex-jornalista)
Allan de Abreu (Revista Piauí)
Rodrigo Pimentel (ex-Bope e consultor em segurança pública).
Esses profissionais devem contribuir com dados sobre infiltração de facções no poder público, financiamento ilícito, expansão territorial e estratégias de comunicação das milícias.
A CPI terá 120 dias de funcionamento, com a missão de propor medidas legislativas e administrativas para o combate ao crime organizado no Brasil. O colegiado também deve pedir prioridade na tramitação de projetos sobre segurança pública que já estão parados na Câmara dos Deputados.
“O combate às facções exige planejamento, inteligência e integração entre União, estados e municípios. A CPI quer oferecer um caminho institucional para isso”, concluiu Alessandro Vieira.
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