O influenciador digital Junior Dutra, de 34 anos, morreu neste sábado (4) em São Paulo, após complicações decorrentes de um procedimento estético conhecido como foxy eyes, realizado há cerca de quatro meses. Natural de Minas Gerais, ele se dedicava à produção de conteúdo nas áreas de moda e beleza e acumulava milhares de seguidores nas redes sociais.

Entenda o caso

O procedimento estético foxy eyes — popular entre celebridades e influenciadores — tem como objetivo alongar o olhar e elevar a sobrancelha, dando um efeito mais “esticado” à região dos olhos.

Segundo relato do próprio Junior, em entrevista ao Feed TV há cerca de um mês, ele começou a sentir sinais de inflamação logo após o procedimento:

“Assim que fiz o procedimento, senti como se fosse uma veia estourada do lado esquerdo do rosto. Do lado direito estava tudo ok, mas no esquerdo eu sentia expulsando o fio”, contou o influenciador.

Com o passar das semanas, a situação evoluiu para uma infecção grave, que afetou diretamente o rosto e o estado geral de saúde.

Investigação e denúncia ao Cremesp

A advogada Joanne Anunciação, representante da família e do influenciador, protocolou uma denúncia formal no Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo).

Segundo ela, o profissional que realizou o procedimento, Fernando Garbi, se apresentava como “especialista em cirurgia da face”, mas não possui formação médica.

“É um caso gravíssimo de exercício ilegal da Medicina, com resultado trágico. Já comunicamos o Cremesp e pedimos investigação rigorosa”, afirmou Joanne.

Em sua defesa, Fernando Garbi alegou que a morte não teve relação direta com a intervenção estética. O caso está sob análise do Conselho e das autoridades de saúde.

Velório e despedida

O velório de Junior Dutra ocorreu entre 15h e 19h, no Funeral Velar Morumbi, zona sul de São Paulo. Amigos, familiares e fãs compareceram para prestar as últimas homenagens ao influenciador, que era conhecido pela simpatia, autenticidade e presença marcante nas redes.

Alerta sobre procedimentos estéticos

O caso reacende o debate sobre os riscos de procedimentos realizados por profissionais não habilitados. Especialistas reforçam a importância de verificar a formação médica e o registro no CRM (Conselho Regional de Medicina) de quem executa intervenções invasivas, especialmente as que envolvem fios de sustentação, preenchedores e bioestimuladores.