Economia / Agricultura
Lula assina MP de R$ 12 bilhões para renegociação de dívidas rurais
Medida deve beneficiar até 100 mil produtores, com prazos de até nove anos para pagamento, juros reduzidos e foco em agricultores atingidos por secas e enchentes
05/09/2025
10:30
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou nesta sexta-feira (5) uma Medida Provisória (MP) que autoriza a renegociação de dívidas rurais em condições especiais, com recursos de R$ 12 bilhões do Tesouro Nacional. A iniciativa deve beneficiar até 100 mil produtores rurais, especialmente pequenos e médios agricultores prejudicados por secas prolongadas e enchentes nos últimos cinco anos.
“Não é perdão, é renegociação responsável. Os produtores terão até nove anos para pagar, com um ano de carência, para se reorganizar e seguir plantando”, afirmou Lula em vídeo divulgado nas redes sociais.
A medida contempla agricultores vinculados ao Pronaf, Pronamp e demais produtores. Para participar, será necessário comprovar perdas de safra relevantes e estar em municípios que decretaram estado de calamidade ao menos duas vezes nos últimos cinco anos.
Os prazos de pagamento chegam a nove anos, incluindo um ano de carência, com taxas de juros abaixo das praticadas no mercado:
Cerca de 6% ao ano para pequenos produtores;
8% ao ano para médios;
10% ao ano para os demais.
Os limites de crédito vão de R$ 250 mil (Pronaf) até R$ 1,5 milhão (Pronamp) e R$ 3 milhões para produtores de maior porte.
O governo destaca que a iniciativa pode alcançar 96% dos pequenos e médios agricultores inadimplentes ou com dívidas prorrogadas, destravando o acesso ao crédito e ao Plano Safra.
Segundo Lula, a medida beneficia não apenas os produtores, mas também toda a sociedade:
“O produtor recupera crédito e volta a plantar com segurança. O consumidor ganha mais oferta de alimentos e preços mais estáveis, e o Brasil fortalece a agricultura, preserva empregos e aumenta a resiliência diante dos eventos climáticos.”
O financiamento será operado por bancos públicos, privados e cooperativas de crédito, com apoio do BNDES na estruturação. Além dos R$ 12 bilhões do Tesouro, a MP deve atrair cerca de R$ 20 bilhões em recursos próprios dos bancos, impulsionados por incentivos tributários.
Na prática, a medida também estimula as instituições financeiras a renegociar dívidas com recursos próprios, reduzindo inadimplência, limpando carteiras de crédito e abrindo espaço para novos financiamentos no campo.
A regulamentação das condições ficará a cargo do Conselho Monetário Nacional (CMN), que definirá tetos e parâmetros finais. Já o risco de crédito será integralmente assumido pelas instituições financeiras, sem transferência ao Tesouro.
Os comentários abaixo são opiniões de leitores e não representam a opinião deste veículo.
Leia Também
Leia Mais
Lula avalia veto ao projeto da dosimetria e afirma: “Bolsonaro tem que pagar”
Leia Mais
Moraes determina perícia da PF para avaliar necessidade de cirurgia de Jair Bolsonaro
Leia Mais
Jurista afirma que STF pode derrubar decisão da Câmara que manteve mandato de Carla Zambelli
Leia Mais
CCJ do Senado aprova PEC que extingue escala 6x1 e reduz jornada para 36 horas semanais
Municípios