O presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União-AP), afirmou que não colocará em pauta o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), mesmo que todos os 81 senadores assinem o requerimento. A declaração foi feita durante reunião com o colégio de líderes, na residência oficial da Casa, na quarta-feira (6).

“Não se trata de uma questão numérica, e sim de uma avaliação jurídica”, disse Alcolumbre, segundo apuração do portal Metrópoles.

O comentário foi direcionado ao senador Eduardo Girão (Novo-CE), um dos principais articuladores da proposta. Alcolumbre reforçou que a decisão sobre a admissibilidade de pedidos de impeachment contra ministros do STF é uma prerrogativa exclusiva da presidência do Senado.

Pressão da oposição

Desde o início da semana, parlamentares da oposição ocupavam o plenário do Senado em protesto contra a decisão do ministro Alexandre de Moraes, que determinou prisão domiciliar ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Um dos pontos centrais da mobilização é o pedido de afastamento de Moraes, protocolado com o apoio de 41 senadores até o momento.

Mesmo diante do número expressivo de assinaturas, Alcolumbre não se mostrou disposto a ceder. Interlocutores oposicionistas chegaram a pedir que ele conversasse com o senador Magno Malta (PL-ES), que havia se acorrentado à mesa do plenário. O presidente do Senado se recusou e afirmou que manteria a ordem com apoio da polícia legislativa, se necessário.

Reuniões e bastidores

Após o embate com os líderes, Alcolumbre realizou uma nova reunião, agora restrita à oposição, para reafirmar sua posição. Segundo relatos, ele sinalizou que analisará com responsabilidade qualquer novo requerimento, mas não aceitará ser pressionado politicamente.

“A presidência do Senado não será pautada por ocupações ou chantagens políticas”, teria reforçado o parlamentar nos bastidores.

O chamado “pacote da paz”

Os oposicionistas articulam o avanço de um chamado “pacote da paz”, com três principais exigências:

• Impeachment de Alexandre de Moraes

• Anistia ampla aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro

• Tramitação da PEC do Fim do Foro Privilegiado

Nos últimos dois dias, aliados de Bolsonaro também promoveram ações semelhantes na Câmara dos Deputados, ocupando a Mesa Diretora. Após negociações e recuos estratégicos, os manifestantes desocuparam o plenário do Senado nesta quinta-feira (7).