O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), afirmou nesta quarta-feira (6) que não irá pautar os pedidos de impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, rejeitando as pressões feitas pela oposição e por movimentos ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro. A declaração foi feita após reunião com líderes partidários, em meio à obstrução promovida por parlamentares contrários ao STF.

“A decisão de abrir ou não processo contra ministros da Corte é responsabilidade exclusiva da Presidência do Senado. E não aceitarei pressões externas para isso”, afirmou Alcolumbre.

Obstrução e ocupação do plenário

A declaração ocorre enquanto grupos da oposição promovem a ocupação do plenário do Senado, exigindo a análise de pautas como o fim do foro privilegiado, a anistia aos presos dos atos de 8 de Janeiro e o próprio impeachment de ministros do STF. Segundo o senador Cid Gomes (PSB-CE), a ação foi classificada como um “atentado à democracia”.

“O presidente Alcolumbre não vai mais tolerar esse tipo de ação. A expectativa é que o plenário seja desocupado até segunda-feira (11) para que o Senado retome seu funcionamento regular”, disse Cid.

Sessão marcada e retomada das votações

Alcolumbre também convocou uma sessão deliberativa semipresencial para esta quinta-feira (7), às 11h, com o objetivo de destravar pautas paralisadas. Entre os projetos que podem ser votados está o PL 2.692/2025, que mantém a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até dois salários mínimos.

“O Parlamento não será refém de ações que visem desestabilizar seu funcionamento. A democracia se faz com diálogo, mas também com responsabilidade e firmeza”, declarou.

Pedidos de impeachment e pressão da oposição

Atualmente, o ministro Alexandre de Moraes acumula 30 pedidos de impeachment, todos sob responsabilidade de análise da Presidência do Senado. Levantamento do site votossenadores.com.br mostra que:

• 40 senadores se dizem favoráveis ao impeachment de Moraes

• 19 são contrários

• 22 ainda não se posicionaram

Para que o processo avance, são necessários 2/3 dos votos do plenário (54 dos 81 senadores).

Outras pautas em discussão

A Mesa Diretora do Senado também deve se reunir para discutir a situação do senador Marcos do Val (Podemos-ES), que é alvo de medidas cautelares do STF. O caso ganhou destaque nos últimos dias e deve entrar no radar das próximas sessões.