O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira (24) que Israel e Irã violaram o acordo de cessar-fogo mediado por seu governo, que deveria ter entrado em vigor no início do dia. A declaração foi feita pouco antes de Trump embarcar para a Cúpula da OTAN, em Haia, na Holanda.

“Não estou feliz com Israel. Não estou feliz com o Irã também, mas realmente não estou feliz com Israel”, declarou o presidente a repórteres, visivelmente irritado com a escalada dos conflitos no Oriente Médio.

Alerta a Israel nas redes sociais

Trump também fez um apelo direto ao governo israelense por meio das redes sociais. “Israel, não jogue suas bombas. Se fizer isso, será uma grande violação. Traga seus pilotos para casa, agora!”, escreveu, deixando claro seu descontentamento com o desrespeito ao acordo.

Como foi negociada a trégua?

O cessar-fogo foi costurado após uma ligação entre Trump e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, segundo informações da agência Reuters. Fontes da Casa Branca revelaram que Israel aceitou a trégua sob a condição de que o Irã não realizasse novos ataques.

O acordo também envolveu esforços do vice-presidente dos EUA, JD Vance, do secretário de Estado, Marco Rubio, e do enviado especial, Steve Witkoff. O governo americano contou ainda com apoio do emir do Catar, que atuou como mediador junto ao Irã após os ataques a uma base americana no país árabe.

Apesar dos avanços na negociação, o chanceler iraniano Abbas Araqchi negou que houvesse um consenso pleno, o que elevou as incertezas sobre a durabilidade do acordo.

Violação e continuidade dos ataques

Mesmo após o anúncio do cessar-fogo, as ofensivas continuaram. O Irã afirmou que suas operações militares não foram suspensas, enquanto Israel manteve bombardeios em áreas estratégicas, alegando autodefesa diante de ameaças nucleares iranianas.

O conflito, que começou no último dia 13 de junho, já provocou dezenas de mortes e milhares de feridos, principalmente civis, de acordo com autoridades dos dois países.

Israel afirma que iniciou a ofensiva para desmantelar o programa nuclear iraniano, que estaria próximo de produzir uma bomba atômica. Em resposta, o Irã lançou mísseis contra Tel Aviv, Haifa e Jerusalém.

EUA também entraram na guerra

Na última semana, os Estados Unidos participaram diretamente dos combates, realizando um ataque à usina nuclear de Fordow, no Irã, localizada a 80 metros abaixo da superfície, responsável por atividades de enriquecimento de urânio.

Em retaliação, o Irã lançou mísseis contra uma base americana no Catar, mas os danos foram mínimos e não houve registro de vítimas.

Futuro incerto e tensão crescente

Apesar dos apelos, a situação segue instável. Trump declarou que espera que “as próximas 24 horas sejam decisivas para garantir o cumprimento do acordo”, mas reconheceu que as trocas de acusações entre Israel e Irã tornam difícil a manutenção da trégua.

“Partindo do princípio de que tudo funcionará como deve, gostaria de parabenizar ambos os países por encerrar o que deve ser chamado de a 'Guerra de 12 Dias'”, disse Trump, tentando manter o tom otimista apesar da continuidade dos ataques.