Política Internacional
Trump suspende negociações com a Rússia e pressiona Putin em meio a crise global
Decisão ocorre durante a cúpula do G7 e eleva tensões sobre Ucrânia, Irã e sanções econômicas
16/06/2025
11:00
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
Os Estados Unidos suspenderam oficialmente, nesta segunda-feira (16), as negociações diretas com a Rússia para a normalização das relações bilaterais. A informação foi confirmada pela porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russo, Maria Zakharova, que não escondeu a surpresa com a decisão do presidente americano Donald Trump.
“Esperamos que a pausa não dure muito”, afirmou Zakharova, destacando que o anúncio surpreende, sobretudo por ocorrer no mesmo dia em que Trump participa da cúpula do G7, no Canadá, ao lado das principais potências econômicas do mundo.
Desde que voltou ao poder, em janeiro, Trump promoveu uma mudança radical na política americana em relação à Rússia. O republicano abandonou o apoio irrestrito à Ucrânia, estabeleceu conversas diretas com Vladimir Putin, e buscou negociar uma saída para o conflito iniciado com a invasão russa em 2022.
Foram cinco telefonemas diretos entre Trump e Putin nos últimos meses e três rodadas de negociações presenciais — na Arábia Saudita (18/02) e em Istambul (27/02 e 10/04).
Apesar dos diálogos, as negociações eram vistas como difíceis, marcadas por impasses, especialmente sobre temas sensíveis como:
Sanções econômicas impostas pelos EUA e Europa contra Moscou
Ativos russos congelados no exterior
Retomada de voos e comércio bilateral
Reabertura das embaixadas e consulados fechados desde 2022
O cancelamento da próxima rodada de negociações acontece logo após uma nova ligação entre Trump e Putin no sábado (14), na qual os líderes discutiram o ataque de Israel ao Irã, aliado estratégico de Moscou.
Trump pediu que Putin atuasse como mediador na tentativa de retomar as negociações nucleares entre Estados Unidos e Irã, que estão congeladas — justamente uma das justificativas utilizadas por Israel para bombardear Teerã.
A suspensão pode representar uma nova estratégia de pressão, tanto sobre a Rússia quanto sobre a Ucrânia, em um momento em que o conflito europeu perde espaço no noticiário internacional, ofuscado pela escalada entre Israel e Irã.
Nos últimos dias, as forças ucranianas afirmaram conter avanços russos na região de Sumy, no norte, enquanto os russos avançam no leste e no sul do território ucraniano.
Observadores internacionais apontam que a decisão de Trump reflete uma postura de “power politics”, típica dos momentos em que grandes potências recorrem à diplomacia dura, usando a força e o isolamento como ferramentas de negociação.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, reconheceu que não havia expectativa de avanços rápidos, mas classificou como positivo o fato de as conversas estarem ocorrendo — agora interrompidas sem previsão de retomada.
Entre os temas críticos que seguem sem solução estão:
A definição sobre sanções econômicas e ativos russos congelados
As conversas sobre uma possível trégua na guerra da Ucrânia, que segue sem avanços concretos
O papel da Rússia no cenário do Oriente Médio, principalmente após o ataque israelense ao Irã
A decisão de Trump ocorre em um contexto de múltiplas crises:
A guerra na Ucrânia se intensifica
O conflito entre Israel e Irã ameaça desestabilizar o Oriente Médio
A tensão econômica global cresce com a ameaça de novas sanções e o enfraquecimento das cadeias comerciais internacionais
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