Campo Grande (MS), Quarta-feira, 05 de Fevereiro de 2025

POLÍTICA

Davi Alcolumbre retorna à presidência do Senado com ampla maioria

Senador do Amapá é eleito com 73 votos, reunindo apoio de 94% dos parlamentares e prometendo fortalecer a autonomia do Legislativo

01/02/2025

15:28

DA REDAÇÃO

©DIVULGAÇÃO

O senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), de 47 anos, foi eleito hoje, neste sábado (1º), como presidente do Senado para o biênio 2025-2026, marcando seu retorno ao cargo após quatro anos. Com 73 votos, o ex-presidente da Casa conquistou o apoio expressivo de 76 dos 81 senadores, o equivalente a 94% do plenário, em votação secreta realizada por cédulas de papel.

A eleição teve início às 10h e atingiu o número mínimo de 41 votos às 15h12, sendo o resultado final proclamado às 15h19. No momento da proclamação, imagens capturadas no plenário revelaram os senadores Randolfe Rodrigues (PT-AP) e Flávio Bolsonaro (PL-RJ) repassando ligações telefônicas ao recém-eleito, identificadas como provenientes de Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro, respectivamente.

O placar final foi:

  • Davi Alcolumbre (União-AP): 73 votos – eleito
  • Astronauta Marcos Pontes (PL-SP): 4 votos
  • Eduardo Girão (Novo-CE): 4 votos

Um cenário de alianças e apoio transversal

Considerado desde 2024 o favorito para o cargo, Davi Alcolumbre reuniu uma base de apoio que transita tanto na base do governo quanto na oposição. Na eleição, o senador enfrentou os senadores Astronauta Marcos Pontes (PL-SP), Eduardo Girão (Novo-CE), além de outros concorrentes como Marcos do Val (Podemos-ES) e Soraya Thronicke (Podemos-MS), que obtiveram apenas 4 votos cada. A expressiva votação de Alcolumbre reflete a capacidade de conciliação e articulação do parlamentar, que já presidiu o Senado entre 2019 e 2021, e atuou intensamente na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) nos últimos anos.

Na formação de sua base, Alcolumbre contou com o apoio de legendas como PSD (15 senadores), PL (14), MDB (11), PT (9), União (7), PP (6), PSB (4), Republicanos (4) e PDT (3), além de três senadores do Podemos e um do PSDB. Esse amplo arco de alianças, que totaliza 76 senadores, demonstrou o respaldo transversal que o coloca numa posição quase imbatível para o comando da Casa.

Compromissos e promessas para o novo mandato

Em seu discurso como candidato, Davi Alcolumbre destacou a importância de respeitar as decisões judiciais sem, contudo, abrir mão das prerrogativas do Legislativo. “É essencial respeitar as decisões judiciais, mas igualmente indispensável é que o nosso Parlamento exerça seu dever constitucional de legislar, sem que a Câmara tenha a palavra final sobre os projetos originados aqui”, afirmou. Entre as promessas do novo presidente do Senado, estão:

  • Retomada das comissões mistas: Alcolumbre enfatizou que o trâmite das medidas provisórias será reestruturado para cumprir o mandamento constitucional de análise conjunta pelo Legislativo.
  • Descentralização da política: O senador defendeu o fortalecimento dos municípios, buscando que estes ocupem o centro do arranjo federativo.
  • Combate ao discurso de ódio: “O discurso de ódio e as agressões contaminam as redes sociais. Precisamos reconstruir pontes e lembrar que os adversários são parceiros no debate democrático”, declarou.

Ao longo dos últimos quatro anos, mesmo sem o cargo de presidente, Davi Alcolumbre atuou como um verdadeiro “primeiro-ministro” na Casa, influenciando a pauta das emendas parlamentares e ajudando a definir projetos estratégicos. Sua trajetória inclui o apoio para a indicação de ministros pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e o papel decisivo na aprovação de medidas que aceleraram a liberação de recursos e emendas.

Trajetória e formação política

Nascido em Macapá (AP) em 19 de junho de 1977, Davi Alcolumbre é o quarto filho do mecânico José Tobelem e da empresária Julia Alcolumbre. Sua carreira política começou precocemente, quando foi eleito vereador em Macapá em 2001, aos 23 anos, pelo PDT. Em 2002, assumiu seu primeiro mandato como deputado federal, sendo reeleito por três mandatos consecutivos. Em 2014, foi eleito senador para um mandato de oito anos e, após concorrer ao governo do Amapá em 2018 – ficando em terceiro lugar – retornou ao Senado, onde consolidou sua imagem de articulador e conciliador.

Em 2019, Davi Alcolumbre assumiu a Presidência do Senado pela primeira vez, em uma eleição marcada por polêmicas e até mesmo votos “fantasmas”, que, apesar da contagem final de 82 votos, nunca foram devidamente esclarecidos. Na ocasião, a desistência de Renan Calheiros (MDB-AL) abriu caminho para sua eleição.

Apesar de ter sido impedido de concorrer à reeleição em 2020 por norma constitucional e decisão do STF, Alcolumbre manteve sua influência, contribuindo de forma decisiva para as pautas legislativas e para o equilíbrio entre a base do governo e a oposição.

Entre base e oposição: um equilíbrio delicado

Diferente do atual presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que se beneficiou de uma base mais homogênea, Davi Alcolumbre soube articular um apoio que abrange partidos da base governista e da oposição. Essa habilidade poderá, nos próximos dois anos, garantir espaço para que o PL exerça papel relevante na Casa, especialmente em áreas como a Comissão de Segurança Pública e a Comissão dos Direitos Humanos, onde nomes como Flávio Bolsonaro e Damares Alves já estão sendo cogitados para cargos de destaque.

A eleição de Davi Alcolumbre sinaliza uma nova era no Senado, onde o equilíbrio entre diálogo e firmeza, entre a defesa das prerrogativas do Legislativo e o respeito às decisões judiciais, será fundamental para enfrentar os desafios do mandato e para definir os rumos do país.

Com o retorno ao comando da Casa, o senador do Amapá assume um papel crucial na articulação de políticas, na promoção do debate democrático e na busca por acordos que possam ampliar a atuação do Senado, tanto em termos de projetos legislativos quanto na fiscalização dos poderes Executivo e Judiciário.

     


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