O voto feminino simboliza um passo crucial na história da democracia brasileira. Até o início do século XX, as mulheres não tinham direito de eleger seus representantes e, na maior parte do mundo, enfrentavam desafios legais e sociais significativos que limitavam sua participação política. No Brasil, a conquista do voto feminino foi fruto de um intenso processo de luta das sufragistas brasileiras, que se uniram para reivindicar maior representatividade.

O papel das pioneiras na conquista do voto

A primeira grande vitória em prol do voto feminino aconteceu no Rio Grande do Norte, onde a professora Celina Guimarães Viana se tornou a primeira mulher a exercer seu direito ao voto em 1927. O feito abriu caminho para discussões que se intensificaram nos anos seguintes, e o Brasil foi um dos primeiros países da América Latina a incluir o voto feminino em sua legislação.

Com a Revolução de 1930, Getúlio Vargas assumiu o poder e, no ano seguinte, em 1932, promulgou o Código Eleitoral, que consolidou o direito de as mulheres votarem e serem votadas. A partir de então, o cenário político começou a mudar, abrindo espaço para a presença feminina nas eleições e nos debates que moldaram o país.

Um legado em constante evolução

O direito de votar e ser votada representou um marco na emancipação das mulheres e um divisor de águas na luta pelos direitos civis e políticos. No entanto, a inclusão plena das mulheres na política é uma jornada ainda em curso. Apesar dos avanços, a representatividade feminina no cenário político brasileiro segue sendo um desafio, com sub-representação em diversas esferas de poder.

A data não apenas rememora a importância do voto feminino, mas também reforça a necessidade de reflexão e ações que promovam a equidade de gênero. Com as mulheres representando mais de 54% do eleitorado brasileiro, segundo dados recentes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), sua participação ativa nas decisões políticas é fundamental para o fortalecimento da democracia.