O governo federal irá decidir, nesta terça-feira (15), se o horário de verão será retomado ainda em 2024. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, se reunirá com a equipe técnica em Brasília para discutir a questão, após ter encurtado seu período de férias devido à urgência da decisão. Caso seja adotada, a medida entraria em vigor após o segundo turno das eleições, marcado para o dia 27 deste mês.

O horário de verão, que consiste em adiantar os relógios em uma hora durante parte do ano, foi abolido em 2019, durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro. A medida sempre dividiu opiniões no país, sendo utilizada principalmente para gerar economia de energia elétrica em tempos de alta demanda.

Decisão estratégica e impactos setoriais

Segundo o ministro Silveira, a decisão levará em conta a situação energética atual do Brasil. "Se não houver risco energético, aí entra o custo-benefício. Nem sempre economizar 1% na conta de energia é o melhor para o país", declarou o ministro, destacando a necessidade de equilibrar os impactos em outros setores, como o aéreo e a segurança pública.

A reunião de hoje foi marcada com urgência para permitir que os setores que serão impactados possam se preparar. Silveira reforçou que, caso o horário de verão seja decretado, ele não afetará o segundo turno das eleições, pois há uma janela de pelo menos 20 dias para planejamento antes de sua adoção.

Contexto de crise hídrica

A volta do horário de verão é considerada em um momento em que o Brasil enfrenta a pior crise hídrica dos últimos 73 anos, segundo dados do Cemadem (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais). No último dia 9, o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) divulgou projeções para o período de outubro de 2024 a março de 2025, apontando incertezas em relação às condições do período chuvoso, apesar de algumas previsões indicarem aumento das precipitações a partir da segunda quinzena de outubro.

Se implementado, o horário de verão terá maior relevância entre 15 de outubro e 15 de dezembro, período em que o consumo de energia tende a ser mais crítico.