CURIOSIDADES
Você sabia que os navios negreiros eram protegidos por seguradoras?
31/07/2024
16:25
ANA KARLA SOUZA
©REPRODUÇÃO
Os navios negreiros eram embarcações que marcaram uma mancha atroz na História da Idade Moderna, causando tortura e humilhação milhões de pessoas sequestradas de seu continente em nome do lucro pessoal e da construção principalmente de colônias à base do trabalho compulsório. Objeto central da transformação da escravidão numa indústria comandada pela Europa mudou para sempre as relações entre os povos ao redor do mundo.
Conheça alguns fatos assustadores sobre esses barcos da morte.
1. Prolegômenos estatísticos
Segundo o The Trans-Atlantic Slave Trade Database, iniciativa de banco de dados catalográfico sobre o tráfico atlântico na modernidade, o Reino Unido,Portugal e Brasil foram agentes centrais no comércio do tráfico negreiro. Ao contrário dos EUA, onde os escravos eram assistidos à reprodução para um fornecimento sustentável de mão de obra, a renovação de populações pelo tráfico no Brasil era central, economicamente.
Os dados, obtidos a partir de anotações de entrada e saída de escravos, indicam que cerca de 20 milhões de explorados foram retirados da África, sendo que 10% morreram nos navios. Dos 90 portos africanos operantes para os luso-brasileiros, 9,2 mil viagens à colônia foram feitas (de 11, totais nos três séculos mais centrais).
2. Protegidos por seguradoras
A maioria dessas embarcações era protegida por apólices e financiamentos de seguradoras europeias que favoreciam esse negócio arriscado. Tratando-se de uma mercadoria que, na verdade, é uma vida (suscetível à morte) e considerada de grande valor, esses seguros também foram a origem de grandes tragédias.
Isso porque em algumas situações a vigem enfrentou obstáculos dispendiosos. Era mais lucrativo para o traficante, mesmo diante de um item valioso, a morte dos escravos, com o ressarcimento do seguro de vida, do que completar a viagem.
Isso levou muitos capitães a assassinarem escravos em nome do lucro. Um dos casos mais famosos ocorreu em 1781, no navio do capitão britânico Luke Collingwood, que matou um terço da "carga".
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