De acordo com a diretoria do HCL, além de o número de pacientes ter caído bastante nos últimos dias, o número de leitos ocupados caiu 34% entre março e abril deste ano.
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Hospital do Câncer de Londrina faz triagem, por causa do novo coronavírus �?? Foto: Alberto D'angele/RPC |
De acordo com a diretoria do HCL, além de o número de pacientes ter caído bastante nos últimos dias, também diminuiu a quantidade de interações. O número de leitos ocupados caiu 34% entre março e abril deste ano.
"O paciente ficou com medo de vir ao hospital e contrair a Covid. Nós tivemos as determinações, por força dos decretos, da redução de cirurgias eletivas, na diminuição do atendimento ambulatorial. Tudo isso impacta em um efeito cascata dos atendimentos aqui da nossa unidade hospitalar", afirmou o administrador do HCL, Edmilson Garcia.
Os pacientes contaram à RPC que ficaram apreensivos, por causa da Covid-19.
Conceição Aparecida Liberati faz tratamento no HCL há dez anos e, até a chegada do coronavírus, nunca tinha interrompido o procedimento.
"A gente fica preocupado, porque não é uma coisa comum. Você vai fazer um tratamento e encontra com outra doença, então a gente se preocupa", disse Conceição.
Ela só resolveu retomar o tratamento, depois de receber uma ligação do hospital. O mesmo aconteceu com outros pacientes que lutam contra o câncer.
O HCL atende pacientes de 200 cidades: do Paraná, do sul de São Paulo e do sul do Mato Grosso do Sul.
Em todo o Brasil, 70% das cirurgias de câncer foram canceladas, desde o início da pandemia. Esse dado é de um balanço da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica. Isso tem impacto na saúde dos pacientes e nas finanças dos hospitais.
Queda nas receitas
A queda nas internações do hospital refletiu nas receitas. De janeiro até abril, a arrecadação foi 17% menor, conforme a administração do HCL.
A pandemia do novo coronavírus, segundo a Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado do Paraná (FEHOSPAR), gerou um impacto na maioria dos hospitais particulares do estado.
A média da redução de ocupação dos leitos é de até 60%, e a previsão é de que nesse número aumento nos próximos meses.
"�? muito preocupante. Os hospitais podem vir a cortar funcionários, diminuir leitos. Não sabemos qual vai ser o futuro dessas instituições de saúde privada", disse o presidente da FEHOSPAR, Rangel da Silva.
Uma pesquisa divulgada pela Associação Nacional de Hospitais Privados também apontou que houve uma redução de 27% mas internações entre março e abril �?? na comparação com o mesmo período de 2019.
A preocupação, além de cortes de funcionários e leitos, é o possível fechamento de algumas unidades.
"Nós esperamos algumas medidas de urgência da parte do governo, como isenção de energia, de água, de ISS [Imposto sobre Serviço], linhas de crédito com taxas acessíveis e carência que deem esse fôlego para a instituição conseguir tocar o atendimento à população, manter emprego e assim por diante", afirmou Silva.
Para fechar as contas, os hospitais estão recorrendo a doações da comunidade e até mesmo a lives de cantores.
Por RPC Londrina
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