Política / Economia
Salário mínimo de 2026 será de R$ 1.621, confirma governo federal
Reajuste de 6,79% soma inflação de 4,4% e ganho real limitado a 2,5% pelo novo arcabouço fiscal
10/12/2025
10:45
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O Ministério do Planejamento e Orçamento confirmou nesta quarta-feira (10) que o salário mínimo em 2026 será fixado em R$ 1.621. O novo valor representa aumento de R$ 103 em relação ao piso atual, de R$ 1.518, e passa a valer a partir de janeiro, sendo pago aos trabalhadores em fevereiro.
A projeção já havia sido antecipada mais cedo em reportagem do portal g1 e agora foi oficialmente validada pelo governo.
O reajuste de 6,79% segue a política de valorização do salário mínimo, que soma dois indicadores:
Inflação medida pelo INPC acumulado em 12 meses até novembro
Crescimento real do PIB de dois anos antes
Para 2026, entram no cálculo:
Inflação (INPC): 4,4%, conforme divulgado pelo IBGE
PIB de 2024: 3,4%, segundo dados oficiais do Produto Interno Bruto
No entanto, uma lei aprovada em dezembro do ano passado passou a limitar o ganho real do salário mínimo a 2,5%, dentro das regras do novo arcabouço fiscal. Assim, mesmo com crescimento maior do PIB, o reajuste real fica travado nesse teto.
De acordo com nota técnica do Dieese, o salário mínimo é referência direta para 59,9 milhões de pessoas no Brasil, incluindo:
Trabalhadores que recebem salário mínimo por contrato
Aposentadorias do INSS
Benefício de Prestação Continuada (BPC)
Seguro-desemprego e abono salarial
Além disso, o aumento do piso gera impacto indireto no salário médio nacional e no poder de compra da população.
O aumento do salário mínimo também provoca elevação direta das despesas obrigatórias do governo federal. Segundo cálculos oficiais:
Cada R$ 1 de aumento gera impacto de R$ 420 milhões nas contas públicas em 2026
O reajuste de R$ 103 deve elevar as despesas obrigatórias em cerca de R$ 43,2 bilhões no próximo ano
Esse crescimento pressiona os gastos previdenciários, o seguro-desemprego, o abono salarial e outros benefícios vinculados ao mínimo, reduzindo a margem para gastos discricionários, que financiam políticas públicas, investimentos e programas sociais.
Economistas defendem, como alternativa de ajuste fiscal, o desvinculamento do piso previdenciário do salário mínimo, com correção apenas pela inflação — modelo adotado durante o governo Jair Bolsonaro.
Apesar do reajuste confirmado, o Dieese calcula que o salário mínimo necessário para manter uma família de quatro pessoas deveria ser de R$ 7.067,18, valor apurado em novembro deste ano.
Isso equivale a 4,66 vezes o salário mínimo atual, levando em conta despesas essenciais com:
Alimentação
Moradia
Saúde
Educação
Transporte
Vestuário
Lazer
Previdência
A referência está prevista na própria Constituição Federal.
Salário mínimo em 2026: R$ 1.621
Valor atual: R$ 1.518
Aumento nominal: R$ 103
Reajuste total: 6,79%
Inflação (INPC): 4,4%
Ganho real limitado: 2,5%
Impacto fiscal estimado: R$ 43,2 bilhões
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