Política Nacional
“Anistia para Bolsonaro está fora de questão”, diz Paulinho da Força sobre projeto de dosimetria
Relator afirma que proposta prevê apenas redução de pena e descarta qualquer possibilidade de libertação do ex-presidente
08/12/2025
10:45
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade-SP), relator do Projeto de Lei da Dosimetria, afirmou nesta segunda-feira (8) que não existe qualquer possibilidade de anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) dentro do texto em análise no Congresso Nacional. A declaração foi dada em entrevista ao Metrópoles.
Segundo o parlamentar, o máximo que o projeto pode proporcionar ao ex-presidente é redução de pena, afastando totalmente a possibilidade de Bolsonaro recuperar seus direitos políticos para disputar as eleições de 2026.
“Anistia para Bolsonaro está fora de questão”, afirmou Paulinho.
De acordo com o relator, o texto do projeto prevê que a pena de Bolsonaro, atualmente em 27 anos e 3 meses de prisão, poderia ser reduzida para cerca de 2 anos e 4 meses, mas sem qualquer efeito automático de libertação ou reabilitação política.
“Meu texto contempla o Bolsonaro, só não resolve o problema dele. A redução cai de 27 anos e 3 meses para 2 anos e 4 meses. Quer benefício maior que esse?”, declarou.
Paulinho também criticou a resistência do PL à proposta:
“O PL está pondo dificuldade e não está aceitando a dosimetria. Se eles não aceitam, não tem votação. Se aceitam, a proposta está resolvida.”
No dia anterior, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou, em entrevista à Record, que só abriria mão de sua pré-candidatura à Presidência da República em 2026 se o pai fosse libertado.
“O meu preço é a liberdade do meu pai. Ele precisa estar livre, nas urnas, caminhando com seus netos pelas ruas do Brasil”, afirmou o senador.
Flávio classificou a soltura como “justiça” para o ex-presidente e seus eleitores, afirmando que não recuará da pré-candidatura enquanto Bolsonaro permanecer preso.
O projeto que perdoa participantes de manifestações desde 30 de outubro de 2022 — o que inclui os condenados pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro — teve urgência aprovada na Câmara dos Deputados em 17 de setembro, com o seguinte placar:
311 votos favoráveis
163 contrários
7 abstenções
Apesar disso, Paulinho da Força avalia que o texto enfrenta forte resistência no Senado e, nos moldes atuais, dificilmente será aprovado pelos senadores.
A imposição de Flávio para libertar o pai como condição para abrir mão da candidatura gerou mal-estar interno no PL e frustrou setores da direita que esperavam uma candidatura considerada mais pragmática, como a do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
No campo governista, a permanência de Flávio no jogo eleitoral foi recebida com tranquilidade, pois mantém o confronto direto entre lulismo e bolsonarismo.
Pesquisa Datafolha, divulgada no último sábado (6), indica que Flávio Bolsonaro perde para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em eventual segundo turno:
Lula: 51%
Flávio Bolsonaro: 36%
Indecisos/brancos: 13%
O levantamento reforça a avaliação de que a pré-candidatura do senador enfrenta dificuldades significativas de competitividade nacional.
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