Campo Grande (MS), Domingo, 23 de Novembro de 2025

Política / Justiça

Bolsonaro admite ter usado ferro de solda na tornozeleira, diz PF; violação foi decisiva para prisão preventiva

Em transcrição registrada por agentes, ex-presidente afirma ter queimado o dispositivo “por curiosidade”; PF vê gravidade e fará perícia completa

22/11/2025

15:00

DA REDAÇÃO

©DIVULGAÇÃO

A Polícia Federal informou neste sábado (22) que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) admitiu aos agentes ter usado um ferro de solda para violar a tornozeleira eletrônica que estava obrigado a utilizar desde agosto. A declaração consta em vídeo gravado no momento da abordagem em sua residência, no Jardim Botânico, em Brasília.

A violação do equipamento — considerada grave, deliberada e tecnicamente sofisticada — foi apontada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), como um dos elementos centrais para decretar a prisão preventiva de Bolsonaro ainda na madrugada.

Transcrição da conversa com a PF

O vídeo, gravado durante a visita dos agentes, mostra o seguinte diálogo:

Policial: “O senhor usou alguma coisa para queimar isso aqui?”
Bolsonaro: “Eu meti ferro quente aí. Curiosidade.”

Policial: “Ferro de passar?”
Bolsonaro: “Não, ferro de soldar, de solda.”

Policial: “O senhor tentou puxar a pulseira também?”
Bolsonaro: “Não, não, não. Isso não. Não rompi a pulseira, não.”

A policial registra na sequência:
“Pulseira aparentemente intacta, mas o case [a carcaça] violado.”

Questionado sobre o horário, Bolsonaro respondeu:
“No final da tarde.”

Equipamento disparou alarme por volta da meia-noite

De acordo com o relatório inicial:

  • o alarme da tornozeleira disparou às 0h07;

  • a equipe responsável pela segurança do ex-presidente foi acionada imediatamente;

  • a violação foi confirmada e o equipamento foi substituído às 1h09.

A PF classifica o caso como “gravíssimo”, apontando que não se trata de defeito ou mau funcionamento, mas de intervenção intencional e com ferramentas específicas.

A perícia do aparelho será realizada nos próximos dias.

Investigadores relatam perplexidade

Autoridades ouvidas pela imprensa afirmam estar “perplexas” com a conduta do ex-presidente, classificada por investigadores como “de enorme ousadia”.

O objetivo da tentativa de violação ainda está sendo investigado, mas o episódio reforçou o entendimento da PF e do STF sobre risco real de fuga.

Manifestação convocada por Flávio Bolsonaro agravou o cenário

Além da violação da tornozeleira, a vigília convocada por Flávio Bolsonaro (PL-RJ) na noite de sexta-feira (21) foi interpretada pelas autoridades como movimento político capaz de gerar tumulto e dificultar o cumprimento de ordens judiciais.

Para o STF, o ato:

  • poderia atrair centenas de apoiadores;

  • criaria ambiente de tensão e insegurança;

  • facilitaria eventual fuga;

  • reproduziria o modus operandi dos acampamentos de 2022.

Moraes destacou ainda o histórico de tentativas de evasão de aliados como Alexandre Ramagem, Carla Zambelli e Eduardo Bolsonaro, que deixaram o país para evitar medidas judiciais.

Cronologia dos fatos que levaram à prisão de Bolsonaro

17h – sexta (21/11)

Flávio Bolsonaro convoca vigília para a porta do condomínio do pai, com início previsto para 19h do sábado.

23h – sexta (21/11)

A PF solicita ao STF a prisão preventiva, argumentando risco de tumulto, favorecimento à fuga e semelhança com mobilizações de 2022.

0h08 – sábado (22/11)

O Centro Integrado de Monitoração Eletrônica registra violação da tornozeleira e comunica o STF.

1h25 – sábado (22/11)

A Procuradoria-Geral da República envia parecer afirmando não se opor ao pedido da PF.

Madrugada – sábado (22/11)

Alexandre de Moraes decreta prisão preventiva, citando risco de fuga e descumprimento reiterado de medidas cautelares.

6h – sábado (22/11)

A PF cumpre a ordem no condomínio Solar de Brasília. Bolsonaro é levado em comboio para a Superintendência da PF, onde permanece em Sala de Estado Maior.

Contexto jurídico

A prisão preventiva:

  • não está ligada diretamente à condenação de 27 anos e 3 meses na ação da trama golpista;

  • foi decretada devido a fatos novos e urgentes;

  • substitui a prisão domiciliar aplicada desde agosto por descumprimento de medidas cautelares.


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