Política / Justiça
STF começa a julgar denúncia da PGR contra Eduardo Bolsonaro por coação no curso do processo
Deputado é acusado de tentar interferir, nos EUA, em investigações que envolvem Jair Bolsonaro; se denúncia for aceita, ele vira réu
14/11/2025
07:45
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou nesta sexta-feira (14) o julgamento que pode transformar o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em réu. A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusa o parlamentar de coação no curso do processo, alegando que ele tentou interferir, nos Estados Unidos, em investigações que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro.
O caso é analisado no plenário virtual, em que os ministros depositam os votos de forma eletrônica. A votação segue até 25 de novembro, podendo ser interrompida por pedido de destaque ou vista.
A PGR aponta que Eduardo Bolsonaro:
teria atuado nos Estados Unidos para pressionar autoridades brasileiras,
buscado criar constrangimento a ministros do STF,
defendido sanções internacionais contra integrantes do Judiciário,
e tentado interferir nas investigações sobre a trama golpista de 8 de janeiro.
Para os procuradores, essas ações configurariam tentativa de intimidação, afetando o andamento regular dos processos no Supremo.
Se a denúncia for aceita, será aberta ação penal contra o deputado; se rejeitada, o caso é arquivado.
As apurações tiveram início em maio e avançaram ao longo do ano. Em julho, o inquérito passou a incluir também:
o ex-presidente Jair Bolsonaro,
o influenciador Paulo Figueiredo.
Em agosto, o pastor Silas Malafaia foi incorporado à investigação.
A Polícia Federal identificou indícios de coordenação entre os investigados com o objetivo de pressionar o Judiciário e o Legislativo.
Em setembro, a PGR apresentou a denúncia formal contra:
Eduardo Bolsonaro,
Paulo Figueiredo.
Segundo o órgão, ambos buscaram apoio do ex-presidente americano Donald Trump para retaliar autoridades brasileiras e impedir condenações no caso do golpe.
Previsto no artigo 344 do Código Penal, ocorre quando alguém emprega violência, ameaça ou pressão com o objetivo de:
favorecer a si mesmo, ou
beneficiar terceiros,
em processo judicial, administrativo ou policial.
Pena prevista: de 1 a 4 anos de prisão.
A Primeira Turma avaliará se a denúncia da PGR preenche os requisitos mínimos para abrir ação penal:
descrição dos fatos com clareza,
indícios de autoria,
elementos iniciais de prova.
Se a maioria aceitar a denúncia, Eduardo Bolsonaro se torna réu, e o processo segue para:
coleta de provas,
depoimentos,
possíveis novas diligências.
O julgamento integra uma série de ações do STF relacionadas à trama golpista de 8 de janeiro, que já resultou na condenação de Jair Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão.
Enquanto isso, apurações continuam em relação ao próprio ex-presidente e ao pastor Silas Malafaia, que também teriam participado das articulações investigadas.
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