Política / Economia
Lula confirma reunião com os EUA nesta quinta para negociar fim do “tarifaço”
Marco Rubio e Mauro Vieira conduzem tratativas em Washington; encontro é o primeiro após conversa direta entre Lula e Trump
16/10/2025
07:00
DA REDAÇÃO
©REPRODUÇÃO
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmou nesta quarta-feira (15) que o Brasil e os Estados Unidos terão uma reunião decisiva nesta quinta (16) para tratar da taxação extra sobre produtos brasileiros exportados ao mercado norte-americano — o chamado “tarifaço”.
“Amanhã nós vamos ter a conversa de negociação”, afirmou Lula durante evento no Rio de Janeiro, em tom descontraído. “Não pintou química, pintou uma indústria petroquímica”, brincou o presidente, fazendo referência à videoconferência com Donald Trump na semana passada e à “boa química” citada pelo republicano em seu último encontro com Lula, nos bastidores da Assembleia Geral da ONU, em setembro.
A rodada de negociações marca o primeiro encontro formal entre autoridades dos dois países desde a reaproximação diplomática promovida por ambos os presidentes.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, desembarcou na capital norte-americana na terça-feira (14) para chefiar a delegação brasileira nas reuniões com o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio.
Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o Brasil pretende apresentar argumentos econômicos sólidos para convencer os EUA a rever a sobretaxa de 40% imposta a diversos produtos nacionais.
“A medida está encarecendo a vida do povo norte-americano”, afirmou Haddad recentemente, destacando que os Estados Unidos já possuem superávit comercial em relação ao Brasil e amplas oportunidades de investimento em setores estratégicos como energia limpa, minerais críticos e transformação ecológica.
O aumento tarifário faz parte da nova política comercial da Casa Branca, implementada por Donald Trump, que visa elevar tarifas sobre países com déficits menores ou superávits com os EUA — estratégia que, segundo ele, busca proteger a economia norte-americana diante da concorrência chinesa.
Em abril, foi aplicada uma taxa inicial de 10% sobre produtos brasileiros. No entanto, em 6 de agosto, o governo americano anunciou uma retaliação de 40%, alegando prejuízos a grandes empresas de tecnologia e em resposta à condenação de Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado em 2022.
Entre os produtos afetados estão café, carnes e frutas, enquanto itens como aeronaves, combustíveis, fertilizantes e sucos de laranja ficaram de fora do primeiro pacote. Ao todo, cerca de 45% das exportações brasileiras aos EUA foram isentas da tarifa inicial, embora novas exclusões tenham ocorrido nas últimas semanas.
O Planalto espera que o diálogo diplomático iniciado por Lula e Trump resulte em redução das tarifas e reabertura de mercados estratégicos para o agronegócio e a indústria brasileira. A expectativa é de que novas rodadas técnicas ocorram ainda neste mês, dependendo do resultado da reunião de hoje em Washington.
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