Política Internacional
Trump elogia Meloni durante cúpula no Egito: “Você não vai se ofender se eu disser que você é linda, vai?”
Comentário inusitado do presidente americano à premiê italiana ocorre durante assinatura do acordo de cessar-fogo em Gaza
13/10/2025
19:30
DA REDAÇÃO
Trump discursa em frente a Giorgia Meloni (Itália) e Keir Starmer (Reino Unido), no Egito — Foto: Reprodução/Redes Sociais
Durante a cúpula internacional de paz em Sharm el-Sheikh, no Egito, realizada nesta segunda-feira (13), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, protagonizou um momento curioso e constrangedor ao dirigir um elogio direto à primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, enquanto discursava diante de dezenas de chefes de Estado e de governo.
“Na América, se você disser a uma mulher que ela é bonita, sua carreira política acabou, mas eu assumo o risco”, afirmou Trump, olhando para Meloni. Em seguida, completou: “Você não vai se ofender se eu disser que você é linda, vai? Porque você é.”
A líder italiana, conhecida por suas expressões marcantes em eventos oficiais, reagiu com um leve sorriso e deferência diplomática, embora, em outros momentos do discurso, tenha sido vista aparentando tédio diante das falas do republicano.
O episódio ocorreu durante a cerimônia de assinatura do acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza, marco simbólico da trégua que começou na sexta-feira (10). O documento foi assinado por Trump e pelos líderes do Egito (Abdel Fatah Al-Sisi), Turquia (Recep Tayyip Erdoğan) e Qatar (Tamim bin Hamad Al Thani) — países que atuaram como mediadores nas negociações entre Israel e o grupo Hamas.
O primeiro-ministro israelense Binyamin Netanyahu foi convidado, mas recusou o convite alegando o feriado judaico de Simchat Torá. Segundo o The Guardian, a ausência também se deveu à resistência de Erdoğan, que teria ameaçado não comparecer caso o líder israelense estivesse presente.
Entre as autoridades reunidas no Egito estavam ainda:
Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestina;
Keir Starmer, primeiro-ministro do Reino Unido;
Emmanuel Macron, presidente da França;
Friedrich Merz, primeiro-ministro da Alemanha.
O cessar-fogo, proposto pela Casa Branca e articulado por Trump desde setembro, ocorre horas após a libertação dos 20 últimos reféns israelenses vivos em Gaza. Como contrapartida, Israel libertou cerca de 2 mil prisioneiros palestinos, incluindo 250 condenados à prisão perpétua por crimes contra civis israelenses.
Segundo o Exército de Israel, os corpos de quatro reféns mortos também foram devolvidos, restando 22 ainda não recuperados e dois com paradeiro incerto.
“Juntos, conseguimos fazer o que todos disseram ser impossível. As pessoas não acreditariam que alcançaríamos a paz no Oriente Médio. Agora, a reconstrução de Gaza começa”, declarou Trump durante o encontro.
O plano de cessar-fogo prevê uma retirada gradual das tropas israelenses e a redução da área de ocupação em Gaza de 75% para 53%. O chefe do Estado-Maior de Israel já ordenou que as forças se preparem para o retorno completo dos reféns e para eventuais novas fases do acordo.
Entretanto, diversos pontos ainda estão indefinidos:
O papel da Autoridade Palestina na governança de Gaza;
A entrega das armas pelo Hamas, ainda rejeitada pelo grupo;
E a formação de uma autoridade de transição, proposta pelos EUA, que incluiria supervisão internacional — medida à qual o Hamas se opõe.
O gesto de Trump em direção a Meloni repercutiu amplamente nas redes sociais e na imprensa internacional, sendo interpretado como uma mistura de descontração e desrespeito diplomático. Enquanto parte do público tratou o comentário como um tom brincalhão típico do presidente americano, outros o classificaram como inapropriado e fora do contexto de uma cúpula de paz internacional.
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