Política / Justiça
Diretor da PF reage a live de Eduardo Bolsonaro e vê tentativa de intimidação: “Nenhum investigado intimidará a Polícia Federal”
Deputado atacou o delegado Fábio Shor e disse que ‘vai se mexer’ se descobrir quem o investiga; PF pode abrir nova apuração
20/07/2025
14:00
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, classificou neste domingo (20) como “covarde tentativa de intimidação” as declarações feitas pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) durante uma live transmitida nas redes sociais. O parlamentar mencionou o delegado Fábio Alvarez Shor, responsável por inquéritos envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro, e afirmou que “vai se mexer” se souber quem está conduzindo as investigações.
“Nenhum investigado intimidará a Polícia Federal”, afirmou Rodrigues ao blog da jornalista Andréia Sadi, reforçando que a instituição adotará todas as medidas legais cabíveis.
Durante a transmissão, Eduardo Bolsonaro disse:
“Cachorrinho da Polícia Federal que tá me assistindo, deixa eu saber não. Se eu ficar sabendo quem é você... ah, eu vou me mexer aqui. Pergunta ao tal delegado Fábio Alvarez Shor se ele conhece a gente…”
As falas geraram forte reação da cúpula da PF, que classificou as palavras como intimidação a servidores públicos. O delegado Fábio Shor atua em investigações sigilosas que envolvem Jair Bolsonaro, incluindo os inquéritos sobre a tentativa de golpe de Estado e fraude em cartões de vacinação.
Eduardo, que é escrivão licenciado da própria Polícia Federal, já foi alvo de um processo administrativo disciplinar (PAD) no início do ano, justamente por ataques anteriores a Shor.
A corporação informou que ameaças e intimidações contra agentes públicos exercendo função legal são passíveis de responsabilização penal. Diante da reincidência, uma nova apuração criminal pode ser instaurada para investigar os ataques feitos na live.
A declaração de Eduardo aconteceu no último dia de sua licença parlamentar de 120 dias, período em que esteve nos Estados Unidos alegando perseguição política. Caso não apresente justificativas formais para suas ausências nas sessões da Câmara dos Deputados, o parlamentar poderá ter faltas contabilizadas e correr o risco de perder o mandato, conforme prevê a Constituição Federal.
Em resposta à pressão, Eduardo afirmou na mesma transmissão que não renunciará ao mandato e sugeriu que conseguirá manter sua cadeira por mais três meses.
O deputado é alvo de inquérito da Procuradoria-Geral da República (PGR) que apura indícios de:
Obstrução de Justiça
Coação no curso do processo
Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito
As investigações indicam que Eduardo Bolsonaro teria atuado nos Estados Unidos para influenciar decisões do governo norte-americano contra o STF e para pressionar por anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que é réu no Supremo.
Na sexta-feira (18), Jair Bolsonaro foi alvo de medidas cautelares impostas pelo ministro Alexandre de Moraes, incluindo tornozeleira eletrônica e restrição de circulação noturna, sob suspeita de tentativa de fuga e intimidação ao Judiciário.
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