Política / Justiça
PF revela áudios de agente que planejava prender Moraes e esperava “canetada” de Bolsonaro para agir
Wladmir Soares, preso desde 2023, dizia integrar grupo armado para impedir posse de Lula e prender ministro do STF
15/05/2025
17:15
DA REDAÇÃO
©REPRODUÇÃO
Novas provas obtidas pela Polícia Federal (PF) revelam que o agente Wladmir Matos Soares, preso por envolvimento na trama golpista do fim do governo Bolsonaro, se preparava para prender o ministro Alexandre de Moraes e aguardava um suposto sinal do então presidente Jair Bolsonaro para agir com violência contra autoridades da República.
Os áudios interceptados nos celulares de Wladmir foram enviados ao próprio Moraes, relator da investigação no Supremo Tribunal Federal (STF), e mostram o policial federal confessando que fazia parte de uma “equipe de operações especiais” disposta a “matar meio mundo de gente” para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva em janeiro de 2023.
Em uma das gravações, Wladmir afirma:
“A gente estava preparado pra isso, inclusive. Para ir prender o Alexandre Moraes. Eu ia estar na equipe.”
Em outro trecho, o agente critica a decisão de Moraes, ainda no início do governo Bolsonaro, de barrar a nomeação de Alexandre Ramagem como diretor da PF. Segundo ele:
“O Alexandre de Moraes realmente tinha que ter tido a cabeça cortada... era ali.”
Nas conversas obtidas pela PF, o agente detalha a estrutura de um grupo armado, que segundo ele, estava pronto para agir:
“Fazíamos parte de uma equipe de operações especiais que estava pronta para defender o presidente, com poder de fogo elevado pra empurrar quem viesse à frente.”
“Esperávamos só o ok do presidente, uma canetada, pra agir.”
Wladmir expressa frustração com o recuo de Bolsonaro no final do mandato, quando o ex-presidente viajou aos Estados Unidos, às vésperas da posse de Lula:
“Estava tudo certo. Mas agora deu tudo pra trás.”
A PF afirma que Wladmir atuou como elemento auxiliar do plano golpista chamado "Punhal Verde-Amarelo", que previa o assassinato de autoridades e a manutenção de Bolsonaro no poder. Ele é acusado de vazar informações da segurança presidencial de Lula durante o período de transição.
“A gente ia com muita vontade. Ia empurrar meio mundo de gente. Matar meio mundo de gente. Não tava nem aí já”, disse em outro áudio.
Wladmir Matos está preso desde 2023 por ordem do STF e será julgado na terça-feira (20) junto com outros 11 militares, integrantes do chamado “núcleo operacional” da tentativa de golpe. Todos são acusados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de planejar ações armadas para impedir a posse de Lula.
A defesa do agente foi procurada pela Agência Brasil, mas ainda não se manifestou.
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