Segurança e Tecnologia
Novo golpe do Pix engana vítimas com transferência "por engano" e causa prejuízo sem roubo de senha ou invasão
Criminosos exploram a boa-fé de usuários bancários e se aproveitam da falta de conhecimento sobre o processo correto de devolução via app
06/04/2025
10:30
DA REDAÇÃO
©REPRODUÇÃO
Um golpe que não exige invasão de sistemas, roubo de senhas ou ameaças diretas tem feito vítimas em todo o país e causado prejuízos financeiros a quem simplesmente age com boa-fé. É o chamado “golpe do Pix por engano”, onde quadrilhas se aproveitam da honestidade de usuários bancários para desviar dinheiro de forma sutil e eficaz.
O caso do professor Luiz Cezar ilustra bem como a fraude funciona: ele recebeu um Pix de R$ 700 de um número desconhecido e, logo em seguida, uma mensagem informando que o valor havia sido enviado por engano. Com a intenção de ajudar, devolveu o valor para a chave Pix indicada pelo suposto remetente. Pouco depois, o primeiro Pix foi cancelado pelo golpista, e o professor ficou no prejuízo.
“Até então, pra mim, estava tudo tranquilo. O dinheiro tinha entrado e eu tinha devolvido. Mas logo depois fui bloqueado e percebi que era golpe”, relatou Luiz Cezar.
A mecânica do golpe é simples:
O golpista envia um Pix para a vítima (ex: R$ 1.000).
Em seguida, entra em contato dizendo que foi um erro e pede que o valor seja devolvido para outra conta (não a original).
A vítima devolve o valor via nova transferência, acreditando estar corrigindo o erro.
O criminoso então solicita o estorno do primeiro Pix junto ao banco.
Resultado: a vítima perde o dinheiro devolvido, e o Pix inicial é cancelado.
Esse tipo de golpe tem ganhado espaço porque dispensa qualquer tipo de violação de segurança digital — depende apenas da boa vontade da vítima e do desconhecimento sobre o funcionamento correto do Mecanismo Especial de Devolução (MED) do Banco Central.
A orientação oficial das instituições financeiras é que a devolução de um Pix seja feita somente pelo aplicativo do banco, utilizando a função “Devolver este Pix” no extrato da transação original.
Segundo Walter Faria, da Febraban, esse é o método que garante registro da devolução em ambos os bancos, o que impede a fraude.
“Se a devolução for feita corretamente pelo aplicativo, o banco do remetente não poderá estornar o valor, pois houve devolução formal reconhecida”, explica Faria.
Em 2023, o Banco Central recebeu 2,5 milhões de pedidos de devolução de Pix via MED. Em 2024, esse número saltou para quase 5 milhões, evidenciando tanto o aumento do uso do sistema quanto a elevação nos casos de fraudes envolvendo devoluções irregulares.
A comerciante Renata Mariano quase foi vítima. Ela recebeu um Pix de R$ 2.500 e uma ligação pedindo que devolvesse o valor para outra conta. Desconfiada, preferiu não transferir nada.
“Nada cai do céu. Nunca devolva valores para terceiros, principalmente quando a pessoa entra em contato diretamente”, alerta.
✔️ Não transfira o valor recebido por engano manualmente
✔️ Utilize o botão “Devolver este Pix” no extrato da operação
✔️ Nunca aceite devolver valores para contas diferentes da que enviou
✔️ Desconfie de mensagens ou ligações de números desconhecidos
✔️ Em caso de dúvida, entre em contato com o seu banco
Os comentários abaixo são opiniões de leitores e não representam a opinião deste veículo.
Leia Também
Leia Mais
Agência Atômica da ONU convoca reunião de emergência nesta segunda após ataque dos EUA ao Irã
Leia Mais
Esforço para resgatar brasileira que caiu em trilha de vulcão na Indonésia entra no 3º dia, diz Itamaraty
Leia Mais
ONU convoca reunião de emergência após ataque dos EUA ao Irã
Leia Mais
Brasileira que caiu em vulcão na Indonésia segue desaparecida; buscas são suspensas pelo mau tempo
Municípios