Política
Entenda as alegações da defesa de Bolsonaro em caso de trama golpista e como a PGR respondeu
STF julga nesta terça (25) se aceita denúncia contra o ex-presidente e mais sete aliados; eles podem se tornar réus por tentativa de golpe
24/03/2025
08:50
NAOM
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) começa a julgar nesta terça-feira (25) a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais sete ex-integrantes de seu governo, acusados de participação em uma trama golpista contra o Estado Democrático de Direito.
A análise definirá se os acusados se tornam réus, permitindo o início do processo penal que pode levar à condenação e prisão. A defesa de Bolsonaro contesta diversos aspectos processuais e também o conteúdo das provas. A seguir, veja os principais pontos levantados pela defesa e as respostas da PGR:
Defesa: alega que o caso deveria ser julgado no plenário do STF, pela relevância e envolvimento de ex-presidentes e ministros.
PGR: aponta mudança no regimento do STF (dez/2023) que define a competência das turmas para julgar ações penais.
Defesa: contesta a atuação de Alexandre de Moraes e pede redistribuição com base no "juiz das garantias".
PGR: afirma que o STF excluiu sua aplicação para processos da própria Corte e do STJ.
Defesa: diz que houve excesso de documentos e desorganização na denúncia, dificultando o direito de defesa.
PGR: rebate dizendo que todos os documentos são pertinentes e têm relação direta com os fatos investigados.
Defesa: alega que não teve acesso completo às provas, incluindo conteúdo de celulares apreendidos.
PGR: diz que solicitou e foi autorizado o acesso a todos os autos pertinentes, alguns já públicos.
Defesa: diz que Cid omitiu informações e perdeu a credibilidade como delator, além de questionar atuação do ministro Moraes.
PGR: afirma que o acordo foi homologado judicialmente, com acompanhamento de advogados, e mantido por decisão judicial.
Defesa: acusa "fishing expedition" (pesca probatória) e mudança constante no objeto da investigação.
PGR: nega abusos, afirma legalidade das investigações e diz que o encontro fortuito de provas é legítimo.
Defesa: argumenta que não há ligação entre Bolsonaro e os ataques de 8 de janeiro, e que suas ações não configuram crime.
PGR: reforça que o julgamento atual é apenas sobre aspectos preliminares e que o mérito será debatido em outra fase.
O que será julgado?
A aceitação da denúncia da PGR contra 8 dos 34 investigados por tentativa de golpe. Caso aceita, os denunciados se tornam réus.
Crimes atribuídos:
Tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito
Golpe de Estado
Dano qualificado e grave ameaça contra patrimônio da União
Deterioração de patrimônio tombado
Participação em organização criminosa
Acusados junto a Bolsonaro:
Alexandre Ramagem (ex-chefe da Abin)
Almir Garnier (ex-comandante da Marinha)
Anderson Torres (ex-ministro da Justiça)
Augusto Heleno (ex-ministro do GSI)
Mauro Cid (ex-ajudante de ordens)
Paulo Sérgio Nogueira (ex-comandante do Exército)
Walter Braga Netto (ex-ministro da Defesa e candidato a vice em 2022)
Quem julgará?
A Primeira Turma do STF, composta pelos ministros Cristiano Zanin, Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Luiz Fux e Cármen Lúcia.
Próximas etapas:
Se a denúncia for aceita, os acusados passarão a responder como réus em ação penal, com julgamento que poderá levar à condenação.
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