As defesas do ex-presidente Jair Bolsonaro, de seus assessores e de ex-membros das Forças Armadas entregaram ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quinta-feira (7), seus argumentos contra a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR). A principal estratégia dos advogados é negar qualquer articulação para desrespeitar o resultado das eleições de 2022 e questionar a solidez das acusações.
O STF ainda vai decidir se aceita a denúncia. Caso isso ocorra, os investigados passarão a ser réus no processo.
⚖️ Principais pontos das defesas entregues ao STF
🏛️ Jair Bolsonaro (ex-presidente)
📌 Principais argumentos da defesa:
- A PGR estaria construindo uma “narrativa de ficção” sem provas concretas.
- Não houve violência nem grave ameaça, elementos essenciais para configurar golpe de Estado.
- O ex-presidente não ordenou nem planejou os eventos de 8 de janeiro, e os envolvidos devem responder por seus próprios atos.
- Não há dados objetivos que liguem Bolsonaro a atos criminosos.
🏛️ Augusto Heleno (ex-ministro do GSI)
📌 Defesa do general Augusto Heleno:
- Nega envolvimento em atos antidemocráticos e contesta qualquer participação em tentativa de golpe.
- Diz que sua atuação foi técnica e institucional, limitando-se às funções do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
- Não há provas concretas de que tenha incentivado, apoiado ou organizado ações ilegais.
- Críticas políticas ao sistema eleitoral não configuram crime.
🏛️ Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa)
📌 Posição da defesa:
- Sustenta que nunca participou nem apoiou discussões para invalidar as eleições.
- Defende que reuniões com militares e autoridades faziam parte da rotina do Ministério da Defesa.
- Argumenta que não existem provas de envolvimento em planejamento golpista.
🏛️ Anderson Torres (ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do DF)
📌 Argumentos principais:
- Nega qualquer adesão a plano golpista e diz que a PGR "descontextualiza" os fatos.
- Sobre a minuta do decreto golpista encontrada em sua casa, alega que o documento nunca saiu do papel e era apenas um texto inofensivo.
- Afirma que não atuou para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva ou fragilizar instituições democráticas.
- Sobre os atos de 8 de janeiro, diz que não teve participação e não foi negligente enquanto chefe da segurança do DF.
🏛️ Alexandre Ramagem (deputado federal e ex-diretor da Abin)
📌 Principais alegações:
- Nega envolvimento e alega que deixou a Abin em março de 2022 para disputar eleições, sem relação com suposto golpe.
- Diz que não faria sentido planejar uma ruptura institucional após ser eleito deputado federal.
- Documentos mencionados pela PGR seriam apenas opiniões, sem caráter sigiloso ou envolvimento da Abin em espionagem.
🏛️ Mauro Cid (ex-ajudante de ordens de Bolsonaro)
📌 Posição da defesa:
- Destaca que seus depoimentos foram voluntários, com acompanhamento de advogados.
- Reforça que não houve coação ou tentativa de forçá-lo a prestar declarações contra terceiros.
- Confirma a colaboração com a Justiça, mas discorda das interpretações feitas pela PGR.
🏛️ Nilton Silva Júnior (coronel e ex-ajudante de ordens)
📌 Argumentos principais:
- Nega irregularidades e diz que apenas cumpria funções burocráticas e administrativas.
- Alega que mensagens citadas na denúncia foram descontextualizadas e não provam tentativa golpista.
🔎 Próximos passos no STF
As defesas também alegam que a PGR exagera ao tentar enquadrar os envolvidos como parte de uma organização criminosa, sem conexões concretas entre os investigados.
O Supremo Tribunal Federal ainda precisa decidir se aceita ou rejeita a denúncia. Caso a denúncia seja aceita, todos os citados passarão a ser réus e responderão ao processo penal.
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