MUNDO
Pamela Hemphill recusa perdão de Trump e critica reescrita da história
Ex-participante da invasão do Capitólio defende punição e questiona tentativa de reescrever o evento por parte do presidente
22/01/2025
13:55
G1
DA REDAÇÃO
Pamela Hemphill — Foto: AP
Uma das pessoas que cumpriu pena por participar da invasão ao Capitólio dos Estados Unidos há quatro anos recusou um perdão do presidente Donald Trump, afirmando que "estávamos errados naquele dia". Pamela Hemphill, que se declarou culpada e foi condenada a 60 dias de prisão, declarou à BBC que não deveriam haver perdões para o ataque de 6 de janeiro de 2021.
Declaração contundente
“Aceitar um perdão seria um insulto aos policiais do Capitólio, ao Estado de Direito e, claro, à nossa nação”, afirmou Pamela Hemphill. “Eu me declarei culpada porque sou culpada, e aceitar um perdão só contribuiria para a manipulação e a falsa narrativa promovida por eles.” Apelidada de "vovó MAGA" nas redes sociais em alusão ao slogan de Trump “Make America Great Again”, ela expressou que vê o governo Trump tentando “reescrever a história”, e que não quer fazer parte disso.
“Estávamos errados naquele dia, infringimos a lei — não deveriam haver perdões”, reforçou Hemphill no programa Newsday da BBC.
Contexto do perdão presidencial
A decisão de Trump de perdoar ou atenuar as sentenças de quase 1.600 pessoas envolvidas na tentativa violenta de anular a eleição de 2020 foi anunciada poucas horas após sua posse. Trump justificou a medida argumentando que “essas pessoas já cumpriram anos de prisão, e o fizeram de maneira cruel... É uma prisão terrível, desumana. Foi algo horrível, uma situação muito, muito difícil.” Entretanto, a medida gerou reações desconfortáveis entre alguns membros do Partido Republicano.
Reações políticas
O senador Thom Tillis, da Carolina do Norte, afirmou que “simplesmente não consegue concordar” com a concessão de perdões para envolvidos no ataque ao Capitólio, destacando preocupações com a segurança do local. Outro senador republicano, James Lankford, de Oklahoma, disse à CNN: “Acredito que precisamos continuar afirmando que somos um partido da lei e da ordem. Se você ataca um policial, isso é algo muito sério e deve haver uma punição adequada.”
Outros perdoados e perspectivas
Entre os beneficiados pelo perdão presidencial está também Jacob Chansley, conhecido como “Xamã do QAnon”, uma das figuras mais emblemáticas do ataque. Chansley foi libertado da prisão em 2023 após cumprir 27 meses de sua sentença de 41 meses e comentou à BBC sobre sua libertação: “Gritei 'liberdade' o mais alto que pude e, em seguida, fiz um bom grito de guerra nativo-americano.” Ele recebeu a notícia de sua soltura através de seu advogado.
A postura de Pamela Hemphill destaca um momento de reflexão sobre responsabilidade, punição e o papel do perdão em eventos históricos polêmicos, reiterando que certas ações não devem ser esquecidas nem perdoadas sem a devida consideração ao impacto que tiveram na sociedade.
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