Campo Grande (MS), Domingo, 08 de Junho de 2025

POLÍTICA

Bolsonaro tenta jogar trama golpista para Heleno e Braga Netto, e militares reagem

Ex-presidente de MS se defende e aponta militares como os beneficiados por golpe, mas general Augusto Heleno e Walter Braga Netto rebatem a acusação.

30/11/2024

10:00

NAOM

DA REDAÇÃO

©DIVULGAÇÃO

A defesa de Jair Bolsonaro (PL) iniciou recentemente a estratégia do "golpe do golpe", argumentando que os militares de alta patente, como os generais Augusto Heleno e Walter Braga Netto, seriam os principais beneficiados por uma eventual ruptura institucional no final de 2022. A tese tenta desviar as acusações de que Bolsonaro estava envolvido nos planos golpistas que aconteceram no período pós-eleitoral.

A linha de defesa levantada pelos advogados de Bolsonaro, especialmente após a revelação da Polícia Federal sobre um suposto plano de golpe, aponta que, se o golpe tivesse dado certo, os militares, e não o ex-presidente, assumiriam o poder. O ponto central dessa tese é um documento elaborado pelo general da reserva Mário Fernandes, que delineava a criação de um Gabinete Institucional de Gestão de Crise, comandado por militares, após a execução do golpe.

De acordo com Paulo Amador da Cunha Bueno, um dos advogados de Bolsonaro, o plano elaborado por Fernandes não incluiu Bolsonaro como beneficiário, mas sim os generais Augusto Heleno e Walter Braga Netto, além de outros membros de uma junta militar. "Quem seria o grande beneficiado? Segundo o plano do general Mário Fernandes, seria uma junta que seria criada após a ação do 'Plano Punhal Verde e Amarelo' e, nessa junta, não estava incluído o presidente Bolsonaro", afirmou Bueno em entrevista à GloboNews.

O advogado reforçou ainda que Bolsonaro não tinha conhecimento do plano revelado pela Polícia Federal, que incluía estratégias violentas contra o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), e o ministro Alexandre de Moraes, do STF. "Não tem o nome dele [Bolsonaro] lá, ele não seria beneficiado disso", garantiu Bueno, afirmando que quem assumiria o governo seria o grupo de militares.

A defesa do general Walter Braga Netto criticou duramente a tese de "golpe dentro do golpe", chamando-a de "fantasiosa e absurda". Em uma nota divulgada após o indiciamento, a defesa de Braga Netto destacou a lealdade do general a Bolsonaro até o final de 2022, enfatizando que ele se manteve fiel aos valores e princípios do ex-presidente.

Por sua parte, os militares aliados de Heleno e Braga Netto expressaram desapontamento com a linha de defesa adotada por Bolsonaro, embora apontem que a responsabilidade não recai diretamente sobre o ex-presidente, mas sobre seus advogados.

A minuta do Gabinete Institucional de Gestão de Crise, elaborado por Mário Fernandes, detalhava o papel de cada militar nesse suposto golpe. O general Augusto Heleno seria o chefe do grupo, com Walter Braga Netto como coordenador-geral. Outros militares, como Mário Fernandes e o coronel Elcio Franco, estariam encarregados de assessorias estratégicas. O gabinete seria composto por 18 militares, a maioria da reserva do Exército.

A reação de militares próximos a Braga Netto e Heleno é clara: a estratégia de defesa de Bolsonaro evidencia que o ex-presidente colocou seus projetos pessoais e políticos acima das amizades e lealdade com os militares. Durante o governo, Heleno, ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), era uma das figuras mais próximas de Bolsonaro, responsável por repassar as informações iniciais do dia ao presidente. Ele era considerado um dos generais mais respeitados no Exército e possuía grande influência.

Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa durante o governo Bolsonaro, também fazia parte do círculo mais íntimo do ex-presidente. Foi ele quem conduziu Bolsonaro a uma reunião com o ex-comandante do Exército, Eduardo Villas Boas, no fim de 2022, onde buscaram orientações e conselhos estratégicos.

Enquanto Bolsonaro tenta se desvincular do enredo golpista, os militares envolvidos rebatem a acusação com veemência, considerando que o movimento coloca em xeque a lealdade demonstrada durante o governo.


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