A advogada, empresária e influenciadora digital Deolane Bezerra, presa durante operação contra uma organização criminosa suspeita de lavagem de dinheiro e prática de jogos ilegais, passou a noite desta terça-feira (9) na Colônia Penal Feminina, localizada na cidade de Buíque, no agreste de Pernambuco. Para garantir sua integridade física, Deolane foi colocada em uma cela separada, conforme informações da Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização de Pernambuco (Seap-PE).

Deolane deve passar por uma audiência de custódia nesta quarta-feira (11), na qual será avaliada a necessidade de manter sua prisão preventiva. Sua prisão ocorreu após o Ministério Público solicitar a revogação de sua prisão domiciliar, alegando descumprimento de medidas cautelares impostas pela Justiça.

Prisão preventiva e operação policial

A influenciadora e sua mãe, Solange Bezerra, foram presas no dia 4 de setembro, durante a Operação Integration, que investiga uma quadrilha suspeita de envolvimento em crimes como lavagem de dinheiro e jogos de azar. No início da semana, Deolane foi transferida para a Colônia Penal Feminina do Recife, onde foi beneficiada por um habeas corpus e liberada para cumprir a prisão domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica.

No entanto, a Justiça revogou essa decisão na última terça-feira (10), determinando que Deolane retornasse ao presídio por violar as condições da prisão domiciliar. A influenciadora chegou à unidade prisional de Buíque no início da noite de ontem. Devido à sua notoriedade, a movimentação em torno da cadeia foi intensa, mas já nesta manhã a situação estava tranquila.

Superlotação e segurança

O presídio de Buíque enfrenta uma situação de superlotação. Segundo o Sindicato dos Policiais Penais de Pernambuco, a unidade tem capacidade para 107 detentas, mas atualmente abriga 264 presas, mais que o dobro da capacidade. A Colônia Penal é dividida em dois pavilhões, com um espaço para 70 detentas e outro para pouco mais de 30. A prisão está localizada a cerca de 280 quilômetros de Recife e próxima à cidade de Caruaru, no agreste do estado.

A unidade também é conhecida por abrigar presas notórias, como as "Canibais de Garanhuns", condenadas por crimes macabros envolvendo o assassinato e venda de carne humana.

Processo em segredo de justiça

A Secretaria de Administração Penitenciária informou que não fornecerá mais detalhes sobre a prisão de Deolane, citando razões de segurança e o fato de o processo tramitar em segredo de justiça. A próxima etapa do caso depende da audiência de custódia, onde a Justiça decidirá se a influenciadora continuará presa ou poderá ser liberada para responder ao processo em liberdade.

O caso segue em investigação, e novas informações sobre o andamento do processo devem surgir após a audiência.