Política / Justiça
Moraes diz que defesa de Bolsonaro usou exames antigos para justificar pedido de cirurgia
Ministro destaca que documentos médicos têm mais de três meses e não apontam urgência cirúrgica; PF fará perícia oficial em 15 dias
11/12/2025
13:15
DA REDAÇÃO
©ARQUIVO
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta quinta-feira (11/12) que a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) utilizou exames antigos para embasar o pedido de internação e realização de uma nova cirurgia no hospital DF Star, em Brasília. Segundo o magistrado, os documentos apresentados não demonstram qualquer necessidade imediata de intervenção.
Na decisão, Moraes destacou que os relatórios médicos anexados pela defesa são anteriores a três meses e, à época em que foram emitidos, não indicavam urgência cirúrgica.
“Os exames médicos apresentados pela defesa não são atuais, sendo que o mais recente foi realizado há 3 meses, sem que à época os médicos tenham indicado necessidade de imediata intervenção cirúrgica”, afirma o despacho.
Diante da inconsistência dos documentos, o ministro determinou que a Polícia Federal realize perícia médica oficial, no prazo de 15 dias, para avaliar se existe necessidade real de cirurgia urgente. Ele também observou que Bolsonaro não mencionou qualquer condição médica grave no momento em que foi preso.
Em petição apresentada no último dia 9, os advogados solicitaram autorização para que o ex-presidente fosse submetido a procedimentos cirúrgicos no DF Star. A defesa argumentou que Bolsonaro sofre de múltiplas comorbidades graves e crônicas, incluindo sequelas de cirurgias abdominais decorrentes do atentado de 2018 e episódios de soluços incoercíveis, que já teriam exigido atendimento emergencial.
O grupo jurídico também pediu que o ex-presidente permanecesse internado “pelo tempo necessário” para recuperação adequada.
A última cirurgia de Bolsonaro ocorreu em setembro, quando ele passou por um procedimento para remover lesões de pele. A intervenção foi conduzida pelo médico Claudio Birolini, responsável também pela cirurgia realizada em abril, no intestino.
Bolsonaro está detido desde 22 de novembro na Superintendência da Polícia Federal em Brasília. Inicialmente, cumpria prisão preventiva em razão dos episódios envolvendo a vigília e o uso de tornozeleira eletrônica.
Após o trânsito em julgado, em 25 de dezembro, da condenação por participação na trama golpista, Bolsonaro passou a cumprir pena em regime fechado.
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