Política Internacional
EUA avaliam revogar visto do comandante do Exército, general Tomás Paiva, e ampliam crise diplomática com o Brasil
Governo Trump estuda incluir oficial em pacote de sanções que já atinge STF, PF e PGR; medida pode afetar cooperação militar entre os dois países
23/09/2025
07:43
DA REDAÇÃO
©REPRODUÇÃO
Os Estados Unidos estudam revogar o visto do general Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, comandante do Exército Brasileiro, em mais um capítulo da escalada diplomática entre os governos de Donald Trump e Luiz Inácio Lula da Silva. A medida, ainda em análise pela Casa Branca, seria parte de um novo pacote de sanções contra autoridades brasileiras.
Segundo o Departamento de Estado norte-americano, o general Tomás é visto como um aliado indireto do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), por supostamente manter reuniões frequentes com o magistrado. A leitura do governo Trump é de que decisões do STF envolvendo militares teriam recebido respaldo prévio da cúpula do Exército.
Caso seja confirmada, a revogação do visto representará um endurecimento sem precedentes na relação entre os dois países, atingindo diretamente um dos principais líderes militares do Brasil.
Generais próximos a Tomás avaliam que a ofensiva norte-americana seria um “tiro no pé”, capaz de prejudicar os canais de diálogo entre as Forças Armadas e os EUA. Além disso, a medida pode afetar acordos de cooperação militar e tecnológica em andamento entre os dois países.
Um integrante do governo Trump ouvido pela imprensa norte-americana disse que as sanções dificilmente alterarão a postura de Lula ou do STF, mas reforçou que a Casa Branca seguirá ampliando as punições.
O caso do general Tomás integra um pacote mais amplo que já atinge:
Ministros do STF, como Alexandre de Moraes (e sua esposa, Viviane Barci de Moraes, sancionados pela Lei Magnitsky)
Integrantes da Polícia Federal, como o diretor-geral Andrei Rodrigues e o delegado Fabio Shor
Membros da PGR, incluindo o procurador-geral Paulo Gonet
Na última segunda-feira (22), os EUA revogaram o visto de sete autoridades brasileiras, ampliando a lista de punições.
O nome do general também aparece em conversas reveladas pelo ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, em delação premiada. Em mensagens enviadas ao advogado Eduardo Kuntz, Cid relatou que Tomás teria confidenciado ao pai dele, general Lourena Cid, que Moraes se queixava do ex-presidente Bolsonaro em reuniões reservadas.
“Ele [Moraes] acha que o PR [ex-presidente Jair Bolsonaro] acabou com a vida dele… (CMT EB [general Tomás] que conversou com ele e passou para o meu pai)”, escreveu Cid em um dos trechos.
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