Política / Justiça
Câmara aprova PEC da Blindagem em 1º turno com 353 votos favoráveis
Texto estabelece que prisões e investigações contra parlamentares dependam de aval do Congresso; proposta ainda precisa ser votada em 2º turno
16/09/2025
20:00
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (16) em primeiro turno a PEC da Blindagem (Proposta de Emenda à Constituição n° 3/2021), que limita a atuação da Justiça sobre parlamentares. Pelo texto, prisões e investigações contra deputados e senadores só poderão ocorrer com autorização do Congresso Nacional.
A medida recebeu 353 votos favoráveis e 134 contrários, ultrapassando o mínimo necessário para aprovação de uma PEC. O texto segue agora para votação em segundo turno na própria Câmara antes de ser analisado pelo Senado.
Qualquer pedido de prisão ou investigação deverá ser apreciado pelo Congresso em até 90 dias;
A votação será secreta e exigirá maioria simples: 257 deputados ou 41 senadores;
Exceção: crimes inafiançáveis ou cometidos em flagrante, em que a investigação pode começar imediatamente. Mesmo nesses casos, o Congresso deve deliberar em até 24 horas se mantém ou revoga a prisão;
Parlamentares passam a ser considerados “invioláveis civil e penalmente” por suas opiniões, palavras e votos, cabendo apenas responsabilização ético-disciplinar no âmbito das Casas Legislativas;
Presidentes nacionais de partidos com representação no Parlamento serão julgados diretamente pelo STF.
A aprovação foi interpretada como vitória do Centrão e da oposição, especialmente após a recente condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos e 3 meses de prisão pelo STF.
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), trocou o relator do projeto em gesto ao grupo: saiu Lafayette de Andrada (Republicanos-MG), próximo a Bolsonaro, e entrou Cláudio Cajado (PP-BA), aliado do presidente da Câmara e articulador do Centrão, Arthur Lira (PP-AL).
A proposta foi apresentada originalmente por Celso Sabino (União-PA), atual ministro do Turismo, como reação à prisão do ex-deputado Daniel Silveira, condenado em 2022 a 8 anos e 9 meses de prisão por crimes contra o Estado Democrático de Direito.
Com a PEC aprovada em 1º turno, a expectativa agora recai sobre a votação da anistia aos envolvidos no 8 de Janeiro. Hugo Motta convocou reunião com líderes partidários para quarta-feira (17) e já sinalizou preferência por discutir uma redução de penas em vez de uma anistia “ampla, geral e irrestrita”.
Essa posição é semelhante à do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que rejeita qualquer proposta que inclua o ex-presidente Jair Bolsonaro entre os beneficiados.
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