Política Internacional
Axel Kicillof desponta como líder do Peronismo após derrota de Milei em Buenos Aires
Governador reverte expectativas, vence provinciais com 47% dos votos e fortalece oposição ao presidente argentino
08/09/2025
09:15
DA REDAÇÃO
©DIVULGAÇÃO
As eleições provinciais em Buenos Aires, realizadas neste domingo (7), colocaram o governador Axel Kicillof como o principal nome do Peronismo para liderar a oposição ao presidente Javier Milei. O partido Fuerza Pátria, de orientação esquerdista, obteve 47% dos votos, contra 34% do La Libertad Avanza, legenda de Milei.
A vitória peronista na província mais populosa da Argentina — que concentra quase 40% do eleitorado nacional — superou as expectativas dos analistas, que previam uma derrota mais apertada para o governo. O resultado fortalece Kicillof como figura central do movimento peronista e como potencial candidato para as próximas eleições nacionais.
Em discurso após a vitória, Kicillof criticou duramente as políticas do presidente:
“As urnas mostraram descontentamento com os cortes de gastos. É preciso investir em obras públicas, educação e saúde”, afirmou o governador.
Conhecido como um dos críticos mais incisivos de Milei, Kicillof agora é apontado como a principal liderança do Peronismo na era pós-Kirchner.
O revés eleitoral ocorre em meio a um ambiente econômico turbulento e a um escândalo de corrupção que desgasta o governo. Para avançar com suas reformas econômicas radicais, Milei precisa ampliar a base no Congresso, onde seu partido possui apenas uma minoria frágil diante da oposição peronista, que agora se consolidou como o maior bloco legislativo.
Os peronistas têm usado sua força para aprovar medidas de gasto social, o que pressiona ainda mais os esforços do presidente de equilibrar o orçamento. A inflação alta, o desemprego crescente e a desvalorização do peso argentino mantêm a confiança do consumidor em queda, enquanto o governo intervém constantemente no câmbio.
As eleições legislativas de outubro serão decisivas para o futuro político de Milei. Se não conseguir ampliar sua representação no Congresso, o presidente pode enfrentar ainda mais dificuldades para sustentar sua agenda de reformas e estabilizar a economia de um país que já deu nove calotes em sua dívida externa.
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